ELEIÇÕES

"Como mãe jamais deixaria de aprovar um Auxílio Brasil de R$ 600", diz Tebet

Para a presidenciável, a culpa de um texto com alto custo à União é de Bolsonaro, que não enviou ao Congresso Nacional a proposta com tempo para que os parlamentares "aprimorassem" a mudança

Talita de Souza
postado em 08/08/2022 23:29 / atualizado em 08/08/2022 23:32
 (crédito: Reprodução/YouTube)
(crédito: Reprodução/YouTube)

O apoio da senadora e pré-candidata à Presidência Simone Tebet (MDB) à aprovação da PEC das Bondades, apontada por especialistas como uma medida eleitoreira, foi questionado durante o programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (8/8).

A parlamentar afirmou que, apesar de ser contrária à medida e reconhecer que foi uma atitude de cunho populista do presidente Jair Bolsonaro (PL), ela só tinha a opção de ser favorável a combater a fome "de crianças no país" por meio do aumento do Auxílio Brasil.

"Não era uma escolha de Sofia, ou era votar a PEC ou votar contra o Auxílio Brasil. Me desculpa, mas eu sou mãe. Eu não posso deixar uma criança dormir com fome porque estou preocupada com eleição", disse. A PEC das Bondades foi promulgada em 14 de julho, com a presença de Bolsonaro na cerimônia no Congresso Nacional.

Entre as "bondades", está o aumento para R$ 600 do Auxílio Brasil até dezembro deste ano, e auxílio a caminhoneiros e taxistas. O custo estimado à União é de R$ 41,25 bilhões, um impacto, segundo especialistas, que será duradouro nas contas públicas.

Para a senadora, a culpa de um texto com alto custo à União é do presidente Bolsonaro, que não enviou ao Congresso Nacional a proposta de Emenda à Constituição com tempo para que os parlamentares  “aprimorassem” a mudança.

“O problema foi o presidente Bolsonaro ter colocado ali no último segundo do segundo tempo do jogo. Por que ele não apresentou essa PEC no início do ano para que a gente pudesse trabalhar e apresentar para o Brasil a melhor forma? Essa é a questão”, pontuou Tebet.

A senadora negou que a aprovação violou as regras de trâmites da Casa — o texto não foi analisado por nenhuma comissão, como define o processo legal — e disse que o problema foi a falta de atitude dos líderes dos partidos em mudar os pontos de excesso da proposta.

"Nós aprovamos dentro das regras. O problema é que nenhum líder destacou o que precisava ser destacado, para dar conforto aos senadores votarem. Tanto que foi por unanimidade, só teve um voto contra", disse.

"Como mãe eu jamais deixaria de aprovar um Auxílio Brasil de R$ 600. De forma alguma. Imagina uma criança ter que esperar seis meses para ter direito a comer com qualidade. Nós estamos falando de, pelo menos, cinco milhões de crianças que vão dormir com fome hoje. Como mãe eu não poderia como praticamente 99% dos senadores votaram contra", repetiu Tebet em defesa ao voto dela.

Por fim, a senadora disse que o Senado não fez alterações bruscas na lei por dever apoio ao presidente Bolsonaro. “O problema hoje é um Congresso Nacional refém do presidente da República que tem que pagar conta pelo orçamento secreto”, afirmou.

Tebet é a primeira entrevistada de uma série de entrevistas promovida pelo programa Roda Viva, da TV Cultura, com os quatro pré-candidatos com maior intenção de votos registrados pela pesquisa Datafolha de 28 de julho.

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