Poder

Bolsonaro sobre 7 de Setembro: "Democrático e com as cores verde e amarela"

No ano passado, Bolsonaro usou a data para atacar o STF, chamou o ministro Alexandre de Moraes de "canalha" e disse que não obedeceria nenhuma decisão que partisse do magistrado

Ingrid Soares
postado em 15/08/2022 14:18 / atualizado em 15/08/2022 14:18
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira (15/8) que a manifestação de 7 de Setembro será “ordeira, democrática e com as cores verde e amarela”. A declaração ocorreu durante a inauguração da exposição sobre o Bicentenário de 200 anos da Independência do Brasil, no térreo do Palácio do Planalto.

“Os festejos se farão sentir em todo o território nacional até o 7 de Setembro, uma data cívica, de manifestação do povo nas ruas, como tivemos no ano passado, uma manifestação ordeira, democrática e com as cores verde e amarela. O povo de bem nas ruas, mais do que falando em liberdade, falando em honestidade, em patriotismo e, obviamente, em amor à nossa Pátria. Esse é o nosso povo”, alegou, na companhia da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

No ano passado, no dia 7 de Setembro em discurso na Esplanada, Bolsonaro usou a ocasião para atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e chamou o magistrado Alexandre de Moraes de "canalha", em discurso em São Paulo. O presidente ainda disse que, a partir daquele momento, não obedeceria nenhuma decisão que partisse do ministro. A declaração gerou uma das maiores crises institucionais da gestão, mas uma carta escrita com a ajuda do ex-presidente Michel Temer ajudou a acalmar o embate.

No dia 13, ao participar da Marcha para Jesus Rio 2022, no Rio de Janeiro, o chefe do Executivo voltou a convocar apoiadores para os atos de 7 de Setembro.

"No próximo dia 7, vamos todos às 15h estar presentes em Copacabana quando vamos dar um grito muito forte dizendo a quem pertence essa nação e que o que queremos é transparência e liberdade", disse.

No último dia 30, o presidente afirmou que as Forças Armadas participarão "ao lado" de seus apoiadores dos desfiles em Brasília, e, pela primeira vez, no Rio de Janeiro. A previsão inicial é de um desfile às 10h, em Brasília, e às 16h, em Copacabana. Para este ano, no entanto, além da tradicional comemoração, Bolsonaro pretende ainda transformar a data em atos de campanha.

Em junho, o presidente disse que o mote dos movimentos que ocorrerão paralelamente serão as pautas ideológicas e "eleições auditáveis". E que o evento também servirá de "demonstração pública" de apoio para as eleições.

"Nos aproximamos do nosso 7 de Setembro, onde iremos comemorar 200 anos de independência. Mas vamos comemorar também como um marco, para mais 200 anos de liberdade. No dia 7, estarei pela manhã em Brasília, com o povo na rua com a tropa desfilando”, apontou, explicando que não estará em São Paulo para as comemorações da Independência.

“À tarde, nós queremos, pela primeira vez, inovar no Rio de Janeiro. Sei que vocês queriam aqui, mas queremos inovar no Rio. Às 16h do dia 7 de setembro, pela primeira vez, as nossas Forças Armadas e as nossas irmãs Forças Auxiliares estarão desfilando na praia de Copacabana ao lado do nosso povo. O nosso Rio de Janeiro, cartão postal do Brasil, é um estado aliado de todos nós”, afirmou o presidente. “Vamos mostrar que o nosso povo, mais do que querer, tem o direito e exige paz, democracia, transparência e liberdade”, bradou.

Bolsonaro também foi questionado hoje se compareceria à posse do ministro Alexandre de Moraes na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que ocorrerá nesta terça-feira (16) em Brasília, às 19h, mas ele se manteve em silêncio. Ele ainda não confirmou presença. Também amanhã, o presidente lançará sua campanha à reeleição em Juiz de Fora (MG).

Exposição

Já sobre a exposição no Planalto, Bolsonaro destacou que as futuras gerações lembrarão de sua gestão e dos feitos pela “liberdade”.

“Com toda certeza, as jovens gerações e aquelas que estarão por vir, lá na frente, lembrarão de nós aqui, o que nós fizemos, não pela Independência, porque isso pertence àqueles de 200 anos atrás, mas o que nós fizemos pelo bem maior de qualquer povo que é a sua liberdade. Então, é com esse espírito que essa exposição está sendo aberta e os festejos se farão sentir em todo território nacional até o nosso 7 de Setembro”, completou.

A exposição fica aberta até o dia 15 de setembro e será aberta para estudantes de escolas públicas do DF e entorno. Entre os itens que podem ser vistos no local estão bandeiras, selos, moedas e fotografias.

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