Investigação

STF ordena buscas em endereços de empresários que defenderam golpe

Empresários defenderam golpe no Brasil em caso de o ex-presidente Lula vencer as eleições; entre os alvos da operação estão Luciano Hang, da Havan, e Afrânio Barreira Filho, do Coco Bambu

Thays Martins
postado em 23/08/2022 09:35 / atualizado em 23/08/2022 09:37
 (crédito:  Abdias Pinheiro/SECOM/TSE)
(crédito: Abdias Pinheiro/SECOM/TSE)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta terça-feira (23/8), que a Polícia Federal cumpra mandados de busca e apreensão em endereços ligados a oito empresários que compartilharam mensagens com incentivos golpistas em um grupo de mensagens. 

Moraes ainda determinou o bloqueio das contas bancárias e nas redes sociais dos empresários, a tomada de depoimento deles e a quebra de sigilo bancário. 

Os mandados são cumpridos em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará. 

Os empresários alvo da operação são: Afrânio Barreira Filho, proprietário da rede Coco Bambu; Luciano Hang, dono da Havan; José Isaac Peres, dono da rede de shopping Multiplan; Ivan Wrobel, da Construtora W3; José Koury, do Barra World Shopping; Meyer Nirgri, da Tecnisa; André Tissot, empresário do Grupo Serra; e Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii.

As conversas do grupo de WhatsApp foram reveladas pela coluna do jornalista Guilherme Amado, no  site Metrópoles. Nelas, os empresários, que são apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), diziam que era preferível um golpe do que o ex-presidente Lula (PT) ser eleito.

Nas conversas, José Koury, do Barra World Shopping, relata que acha que um golpe seria preferível a respeitar os resultados da eleição. "Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil como fazem com várias ditaduras pelo mundo", disse. A mensagem é seguida por outras de apoio de outros empresários. "O golpe teria que ter acontecido nos primeiros dias de governo. Em 2019 teríamos ganhado outros 10 anos a mais”, chega a falar  André Tissot, do Grupo Sierra.  

Na quinta-feira (18/8),a Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral protocolou uma notícia-crime no STF pedindo a investigação dos empresários e que eles sejam incluídos no inquérito das milícias digitais, que tem como relator o ministro Alexandre de Moraes.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também disse ter acionado o STF para quebrar o sigilo do grupo de WhatsApp. "A Democracia não pode tolerar a convivência com quem quer sabota-la", disse pelo Twitter. 

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