Eleições 2022

STF deve incluir empresários pró-golpe no inquérito das milícias digitais

Relator da ação, ministro Alexandre de Moraes também deve autorizar a tomada de depoimento dos envolvidos

Luana Patriolino
postado em 22/08/2022 16:38 / atualizado em 22/08/2022 16:39
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve incluir no inquérito das milícias digitais, nos próximos dias, os empresários suspeitos de defenderem um golpe de Estado no Brasil. A ação tem relatoria do ministro Alexandre de Moraes. Outra avaliação é no sentido de que a Polícia Federal deve ser autorizada a colher o depoimento dos executivos.

Em conversas divulgadas pela imprensa, na semana passada, donos de redes nacionais defenderam um golpe, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja eleito presidente da República no pleito de outubro. Eles podem ser investigados no âmbito do inquérito 4.874 — que apura a existência de milícias digitais com objetivo de atacar as instituições.

Com a repercussão do caso, o coletivo Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral, grupo que reúne mais de 200 entidades, protocolou uma notícia-crime no STF para que os empresários sejam incluídos no inquérito das milícias digitais. Os deputados federais Alencar Santana (PT-SP), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Reginaldo Lopes (PT-MG) também apresentaram um pedido na Corte pedindo investigação sobre o caso.

Quem são os empresários envolvidos

Luciano Hang — Havan
Afrânio Barreira Filho — Coco Bambu
Ivan Wrobel — W3 Engenharia
Marco Aurélio Raymundo — Mormaii

‘Suicídio’, diz Dias Toffoli

O ministro do STF Dias Toffoli se manifestou sobre o caso dos empresários que defenderam um golpe de Estado. O magistrado citou que atentar contra a democracia é crime e seria um "suicídio" e “loucura” dos empreendedores.

“Em relação à ação desses empresários, primeiro que atentar contra a democracia é tipo penal, é crime no nosso país, assim como é nos Estados Unidos, na Europa. Nos países democráticos atentar contra o Estado democrático de Direito é crime", afirmou o ministro.

A declaração foi dada em entrevista coletiva após o evento "O Equilíbrio dos Poderes", do grupo Esfera Brasil, em São Paulo, na última sexta-feira (19). Toffoli destacou que a possibilidade de um golpe afetaria a economia drasticamente.

“Se empresários divulgam esse tipo de posicionamento eles são suicidas. Porque não há dúvida nenhuma que os Estados Unidos, a Europa, os países democráticos vão retaliar o Brasil economicamente. Investidores vão embora, isso vai gerar desemprego em nosso país, isso vai gerar saída de capitais em nosso país (..) Isso é loucura”, pontuou.

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