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'Nenhum governo tratou do agronegócio como nós', diz Lula no JN

Ex-presidente participou de sabatina realizada pelo Jornal Nacional. Um dos temas abordados foi o apoio do agronegócio a seu principal adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira (25/8), que "não tem nenhum governo que tratou do agronegócio como nós tratamos". O petista participou de sabatina realizada pelo Jornal Nacional e conduzida pelos apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos. Um dos temas abordados foi o apoio do agronegócio a seu principal adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Não tem nenhum governo que tratou do agronegócio como nós tratamos. Eu vou dizer para você, nós fizemos uma medida provisória, 432, se não me falha a memória, de 2008, que fez uma negociação com os produtores rurais de R$ 85 bilhões, senão eles tinham quebrado", afirmou o ex-presidente. "Eu queria que você trouxesse aqui o mais reacionário representante do agronegócio e perguntasse para ele o que que o Bolsonaro fez para eles que chegou perto daquilo que nós fizemos", completou. 

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O Jornal Nacional realiza uma série de entrevistas com os presidenciáveis nesta semana. Na segunda, foi a vez de o presidente Jair Bolsonaro (PL). Na terça, Ciro Gomes (PDT). Amanhã, a última participante será Simone Tebet (MDB).

A apresentadora Renata Vasconcellos questionou o candidato sobre a resistência que os representantes do agronegócio têm em apoiar o petista, e se isso teria alguma ligação com a relação entre o PT e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST.

"Qual foi a terra produtiva que o sem-terra invadiu? Porque o sem-terra invadia terras improdutivas. Quem fiscalizava as terras era o Incra e quem pagava era o governo. Tinha hora que eu achava o seguinte: o sem-terra está fazendo um favor para o fazendeiro, porque está invadindo a terra para o governo pagar", respondeu Lula, citando ainda que o MST é o maior produtor de arroz orgânico do país. "Aquele MST de 30 anos atrás não existe mais. Agora, o Bolsonaro está ganhando alguns fazendeiros porque está liberando armas. Tem gente que acha que é bom ter arma em casa, que acha que é bom matar alguém. Não!", afirmou.

Questionado ainda sobre a relação entre o agronegócio e a proteção ao meio ambiente, Lula respondeu que só o agronegócio "fascista e direitista" não se preocupa com a natureza. "O empresário sério, que trabalha no agronegócio, que tem comércio com o exterior, que exporta para a Europa, para a China, esses não querem desmatar. Esses querem preservar os nossos rios, querem preservar a nossa fauna", disse o petista.

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