ELEIÇÕES 2022

Bolsonaro vai acompanhar funeral da rainha antes da viagem a Nova York

Itamaraty confirma que o presidente acompanhará o enterro da rainha Elizabeth II, previsto para a segunda-feira da semana que vem. Possibilidade de poder fazer imagens para a propaganda eleitoral pesou na decisão

Fernanda Strickland
postado em 12/09/2022 03:55
 (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

O presidente Jair Bolsonaro confirmou presença no funeral da rainha Elizabeth II, que vai ocorrer na segunda-feira da semana que vem, em Londres, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores. A monarca morreu na quinta-feira, aos 96 anos, após 70 anos no trono, no reinado mais longevo da história do Reino Unido. O rei Charles III assumiu o posto.

"O convite à cerimônia foi encaminhado, na noite do sábado, à Embaixada do Brasil em Londres. Consultado na manhã do domingo, o senhor presidente da República orientou o Itamaraty a responder positivamente ao convite", informou o MRE.

No dia da morte da rainha, Bolsonaro havia dito que avaliava ir ao funeral. De acordo com fontes próximas ao presidente, pesou para a decisão a possibilidade de o candidato à reeleição poder fazer imagens para a propaganda eleitoral.

"O protocolo ainda não sabemos de quando serão os atos da sua despedida. De acordo com o protocolo, a gente decide o que fazer, eu, particularmente. Estamos em campanha, andando pelo Brasil, vamos analisar se é o caso de ir ou não. Seriam dois dias na nossa agenda. Mas, caso não seja possível, nós vamos mandar uma comitiva nossa para lá", declarou Bolsonaro na quinta-feira, durante sabatina do Correio Braziliense, antes de tomar a decisão.

O Itamaraty deve enviar equipe de protocolo do governo brasileiro nesta semana para Londres. O Planalto está planejando a logística da viagem do presidente, porque em 20 de setembro, dia seguinte ao funeral, Bolsonaro discursará em Nova York, na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).

O funeral da rainha Elizabeth II, que morreu na quinta-feira em seu castelo real em Balmoral, na Escócia, será realizado em Londres, anunciou o palácio real no último sábado. Na sequência, o corpo da monarca será enterrado no Castelo de Windsor. A cerimônia deverá contar com a presença de líderes mundiais e será realizada às 11h (7h, em Brasília) na Abadia de Westminster. O rei Charles III declarou que o dia será feriado nacional.

Outros chefes de Estado, como o americano Joe Biden, também já confirmaram a intenção de viajar a Londres. O site Politico e o jornal The Guardian divulgaram em seus portais ontem quais serão os protocolos aos quais eles serão submetidos. Para não sobrecarregar o aeroporto de Heathrow, o Reino Unido pede que a viagem seja feita em voos comerciais ou para outros terminais.

Outro ponto é que, para não complicar o trânsito nem lotar os locais de cerimônia, cada representante só poderá estar com a esposa ou marido e ir de carro privado até um local predefinido, de onde todos serão levados de ônibus. O velório vai ocorrer seguindo as tradições da monarquia, que envolvem muitas cerimônias e protocolos.

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"Não percam seu tempo com isso, não vale a pena"

Após sofrer ameaça de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), no Sul do país, o candidato ao Planalto Ciro Gomes (PDT) declarou: "Não percam seu tempo com isso, não vale a pena", ao ser questionado sobre a agressão. Durante a campanha em Porto Alegre, ontem, cumpriu agenda com aliados. O ex-governador do Ceará participou de um comício da neta de Leonel Brizola, a deputada Juliana Brizola (PDT), em um barracão de uma escola de samba no Menino Deus, na capital do Rio Grande do Sul.

Durante o evento, Ciro criticou novamente o que considera polarização eleitoral entre os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Bolsonaro, afirmando que eles têm pendências na Justiça e que os filhos respondem por acusações de corrupção. O presidenciável estava acompanhado do candidato ao governo estadual gaúcho Vieira da Cunha (PDT).

O candidato afirmou ainda que pretende sair do terceiro lugar com a "bênção de Deus" e a inteligência do eleitorado brasileiro, tendo obstinação e paciência. Com apoiadores gritando "Ciro guerreiro do povo brasileiro" e "Cirão da massa", o pedetista discursou para um grupo de apoiadores. "Escolhemos o caminho mais difícil e espinhoso, porque é necessário, pois existe uma crise que se abate sobre a nação, que é muito grave. Uma tragédia humana", disse Ciro no evento. "De cada 100 trabalhadores, 70 estão desempregados, desistiram de procurar emprego ou estão no mercado informal. E os que estão trabalhando estão fazendo uma carga horária superior ao que deveriam."

Mudanças

Já Simone Tebet (MDB) reservou ontem para caminhar pela Avenida Paulista, em São Paulo, dia em que o trânsito permanece fechado para veículos e as pistas são tomadas por milhares de moradores e turistas. Acompanhada de Mara Gabrilli (PSDB), candidata a vice-presidente; Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo; Roberto Freire, presidente nacional do Cidadania; e de Claudia Carletto, ex-secretária de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo e candidata a deputada federal, Simone cumprimentou, posou para fotos e vídeos, ouviu sugestões e falou sobre seus principais projetos de governo.

A concentração começou às 10h, em frente ao Conjunto Nacional. A agenda é mais uma Caminhada da Esperança, nome da jornada que Tebet e Mara têm realizado desde a pré-campanha em estados de todas as regiões do país. O objetivo é apresentar à população os principais pontos do programa de governo para, como a candidata tem repetido, "reconstruir o Brasil com amor, responsabilidade e coragem". "Tenho andado por todo o país. Fui ao Norte, ao Sul e amanhã sigo para uma semana no Nordeste. O que mais tenho ouvido é que os brasileiros querem mudança. Querem a nossa mudança", disse a candidata.

Marina na campanha

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontrou com a ex-senadora e ex-ministra Marina Silva ontem. Segundo um post publicado no Twitter, o pedido partiu de Lula, que recebeu o "sim" de Marina. "Hoje, a meu convite, depois de muitos anos, reencontrei com Marina Silva. Relembramos da nossa história, desde quando nos conhecemos. Conversamos por duas horas e ela me apresentou propostas para um Brasil mais sustentável, mais justo e que volte a proteger o meio ambiente", publicou na rede social. Ontem o candidato do PT, também não teve agenda oficial de campanha.

A ex-ministra entregou um conjunto de propostas na área de meio ambiente. O gesto dos dois foi interpretado como um indício de que as rusgas do passado, notadamente na campanha de 2014, quando Marina da Silva enfrentou Dilma Rousseff na eleição presidencial, ficaram para trás. Na ocasião, Marina da Silva foi alvo da militância do PT nas redes sociais e, há quatro anos, deu o troco no PT quando não declarou apoio ao também ex-ministro Fernando Haddad no segundo turno das eleições. 

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