Relações Internacionais

Bolsonaro vai à Assembleia-Geral da ONU sem encontros bilaterais de peso

Presidente vai participar do funeral da rainha Elizabeth II em Londres no dia 19, mas embarca no mesmo dia para Nova York, onde discursa na ONU

Ingrid Soares
postado em 15/09/2022 18:47 / atualizado em 15/09/2022 18:49
 (crédito: Alan Santos/PR)
(crédito: Alan Santos/PR)

Faltando 17 dias para o primeiro turno das eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL) desembarcará em Nova York no próximo dia 19, onde participará da abertura da 77ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). A agenda se inicia com um discurso dele. O chefe do Executivo ficará na cidade até o dia 20, de onde retornará ao Brasil. Com o lema “Soluções por meio da solidariedade, sustentabilidade e ciência”, a Assembleia ocorre até o dia 26.

De acordo com o secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do Itamaraty, embaixador Paulino Franco de Carvalho Neto, o chefe do Executivo não deverá se encontrar com líderes das principais potências, como Estados Unidos. Ele alegou incompatibilidade de agenda por conta do pouco tempo de permanência, mas disse que há a possibilidade de que ocorram outras reuniões importantes na véspera, em Londres, durante o funeral da rainha Elizabeth 2ª.

“São dois aspectos que influenciam nessa lista de chefes de Estado e de governo com os quais o presidente poderá falar. O primeiríssimo deles é o pouco tempo em que o presidente estará em Nova York. Muito pouco tempo, menos que no ano passado. O segundo é a possibilidade de que em Londres possa haver encontros com outros líderes”, justificou Carvalho Neto.

O embaixador relatou que o Itamaraty sugeriu para o discurso de Bolsonaro na ONU temas como as consequências da pandemia, a guerra na Ucrânia, mudanças climáticas e segurança alimentar. As eleições no Brasil também podem ser citadas. Segundo ele, o Brasil também defenderá a reforma do Conselho de Segurança da Organização.

Após a Assembleia, o chefe do Executivo deverá se reunir com os presidentes Guillermo Lasso (Equador), Alejandro Giammattei (Guatemala), Andrzej Duda (Polônia) e Aleksandar Vui (Sérvia), além de um encontro com o secretário-geral da ONU, António Guterres.

Comitiva

Bolsonaro deixará o Brasil no dia 17, após participar de uma Marcha para Jesus, em Caruaru, Pernambuco.

No último dia 12, Bolsonaro disse que partiria direto do estado, na noite de sábado, para Londres. De lá, seguirá para a Assembleia-Geral da ONU.

“À noitinha eu embarco para o Reino Unido. Vamos lá na despedida da rainha Elizabeth. Daí, na segunda à noite, eu vou para os EUA para a abertura da ONU. Na terça-feira, à meia noite pretendo estar chegando aqui”, relatou a apoiadores na ocasião.

A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também deverá acompanhar o presidente, além do ministro das Relações Exteriores, Carlos França. Já na ONU, somam-se a eles o ministro das Comunicações, Fábio Faria, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e o chefe da SAE, almirante Flávio Rocha; além do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o chefe de comunicação da campanha, Fabio Wajngarten.

Com a viagem de Bolsonaro, o comando da Presidência será assumido interinamente pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que não disputa as eleições. Já o vice-presidente, Hamilton Mourão (Republicanos), e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), terão que parar suas agendas de campanha e viajar para o exterior para evitar ficarem inelegíveis. O general cumprirá agenda no Peru e Lira, conforme citado, acompanhará Bolsonaro na ONU.

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