Eleições 2022

TSE aceita novo pedido para proibir Bolsonaro de usar viagens em campanha

Decisão foi tomada em razão de ação protocolada por Soraya Thronkicke. Ministro do TSE considerou que as imagens das viagens utilizadas na campanha são abuso de poder político e econômico, o que vai contra a Lei das Eleições

Tainá Andrade
postado em 22/09/2022 14:40 / atualizado em 23/09/2022 17:40
 (crédito: TIMOTHY A. CLARY / AFP)
(crédito: TIMOTHY A. CLARY / AFP)

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por ordem do ministro Benedito Gonçalves, decidiu nesta quinta-feira (22/9) vetar o presidente Jair Bolsonaro (PL) de usar as imagens de sua ida à Inglaterra e a Nova York, em ocasião do enterro da ex-rainha Elizabeth II e da participação na 77ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), respectivamente, na campanha à reeleição. Essa é mais uma decisão que proíbe as mídias a serem repercutidas em qualquer um dos meios de comunicação, inclusive nas redes sociais. 

A decisão do TSE foi tomada em decorrência da ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) protocolada por Soraya Thronkicke (União Brasil), adversária na disputa ao Palácio do Planalto. Uma das alegações é de que as viagens teriam o objetivo de impulsionar a campanha de um segundo mandato.

O ministro entendeu que a utilização do material pode ser interpretada como abuso de poder político e econômico, o que fere a Lei das Eleições. Os vídeos foram publicados após os eventos oficiais nos dois países, mas em todos Bolsonaro compareceu pelo cargo que ocupa, o que pode afetar a igualdade de oportunidades entre os candidatos na disputa, de acordo com a lei.

“Após ligeiras condolências à Família Real, o representado passa a proferir discurso de caráter eminentemente eleitoral. Isso é feito com notória exploração do papel de chefe de Estado. Típica atuação de candidato, o representado chega a afirmar que é impossível que não seja eleito no 1º turno”, lembrou o ministro ao declarar a decisão no julgamento.

A fala destacada por Benedito ocorreu quando Bolsonaro discursou a um grupo de simpatizantes, na sacada da embaixada brasileira em Londres, no último domingo (18). Ele voltou a dizer que a sua aceitação é “excepcional” e que esse é o “sentimento da maioria dos brasileiros”.

O presidente continua, no entanto, em segundo lugar em grande parte das pesquisas eleitorais de 2022. Na mais recente sondagem do Datafolha sobre a disputa pelo Palácio do Planalto, que saiu no dia 15 deste mês, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece na liderança, com 45% das intenções de voto no 1° turno, contra 33% de Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. Logo mais, às 19h45, o instituto divulga nova pesquisa da corrida presidencial. 

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