ELEIÇÕES 2022

Com apoio de governadores, Bolsonaro vai reforçar antipetismo no 2º turno

Bolsonaro recebe o respaldo das máquinas dos maiores colégios eleitorais do país — São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Governadores prometem jogar pesado no antipetismo, no trabalho pela reeleição do presidente

Ingrid Soares
postado em 05/10/2022 03:55
 (crédito: Antonio Cruz/Agência Brasil)
(crédito: Antonio Cruz/Agência Brasil)

A 24 dias do segundo turno, Jair Bolsonaro (PL) conseguiu reavivar a resistência ao antipetismo na Região Sudeste e obteve o apoio das máquinas estaduais dos três principais colégios eleitorais do país — São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Os governadores Romeu Zema (Novo-MG), Cláudio Castro (PL-RJ) e Rodrigo Garcia (PSDB-SP) anunciaram formalmente a adesão à campanha pela reeleição do presidente.

Apesar de ter ficado estrategicamente distante de Bolsonaro no primeiro turno — para não espantar no eleitor que votaria também no petista Luiz Inácio Lula da Silva —, Zema foi o primeiro dos três governadores a manifestar apoio. Após uma reunião no Palácio da Alvorada, o governador reeleito de Minas destacou que esse é um "momento para colocar as divergências de lado". Afirmou que acredita "muito mais na proposta do presidente Bolsonaro do que na proposta do adversário", aproveitando para criticar o governo petista que o antecedeu — disse ter "herdado uma tragédia" do ex-governador Fernando Pimentel.

"Não poderia também deixar neste momento de estarmos aqui, colocando as nossas divergências de lado. Sabemos que em muitas coisas convergirmos e em outras, não. Mas é o momento em que o Brasil precisa caminhar para frente, e eu acredito muito mais na proposta do presidente do que na do adversário (Lula)", disse Zema. Em Minas, Bolsonaro recebeu 5,2 milhões de votos, no primeiro turno, contra 5,8 milhões do petista.

Bolsonaro classificou o apoio como "decisivo". "Mais do que bem-vindo, é essencial. Ele é decisivo para a nossa reeleição", enfatizou.

Na sequência da romaria de apoiadores ao Planalto, foi a vez de o governador reeleito do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), reforçar que está fechado com Bolsonaro. E assegurou que "se esforçará muito para o Rio ser a capital da vitória da eleição do presidente".

"Não preciso lhe franquear meu apoio, porque esse você tem desde sempre. Mas dizer que o Rio vai se superar. Já tivemos mais de 800 mil votos e, agora, vamos sacramentar a sua vitória", destacou.

Castro disse, ainda, ter sido reeleito com a ajuda de Bolsonaro. "Gratidão não prescreve e rumo à vitória do presidente Bolsonaro. Vamos tentar fazer do Rio de Janeiro a maior diferença do Brasil", acrescentou.

O presidente avalia que Castro "tirará mais de 1 milhão de votos" no Rio. "Ele tinha a campanha dele, agora vai ser integralmente para nosso lado. Fechei com o Zema e acredito que a gente tira mais de 3 milhões de votos (em Minas)", calculou.

A manhã agitada no Planalto foi completada pela presença do ex-secretário de Pesca e senador eleito por Santa Catarina, Jorge Seif (PL), e pelo vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) — terceiro nome do Rio Grande do Sul no Senado.

Apoio tucano

A fileira de apoios foi completada, horas depois, por Rodrigo Garcia (PSDB), atual governador de São Paulo e candidato derrotado à reeleição. O tucano anunciou que ficará "incondicionalmente" com Bolsonaro.

"São Paulo é um estado que dá oportunidades a todos, que ajuda a quem precisa porque o PT nunca governou nosso estado. E essa mesma avaliação eu faço para o Brasil: o que eu não quero para São Paulo, muito menos eu quero para o Brasil. Portanto, o meu apoio nesse segundo turno para que Bolsonaro possa se reeleger", destacou.

O candidato bolsonarista ao Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio de Freitas (Republicanos) — que disputará o segundo turno contra Fernando Haddad (PT) —, que esteve com o presidente e o governador, também obteve o respaldo do tucano. "Declaro meu apoio e meu voto incondicional à candidatura do governador Tarcísio de Freitas porque enxergo também nele não só o bom trabalho para São Paulo, mas a condição de evitar que o PT ganhe a eleição aqui", acrescentou.

Bolsonaro afirmou que "o apoio do Rodrigo é muito bem-vindo. Agradeço muito a ele, que já tinha um amigo e, agora, terá um amigo melhor ainda para propostas que ele possa sugerir ao governo. Trabalharemos juntos não só até o dia 30, mas durante o governo", garantiu.

O presidente espera contar, ainda, com a adesão dos governadores Ronaldo Caiado (União), de Goiás, e Ratinho Junior (PSD), do Paraná, para as próximas horas. Bolsonaro ainda se colocou "à disposição" para conversar com ACM Neto (União Brasil), que disputa o segundo turno na Bahia contra Jerônimo Rodrigues (PT).

Hoje, às 9h, o presidente deve se reunir com o governador reeleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), para um café da manhã, juntamente com o candidato a governador do Rio Grande do Sul, Onyx Lorenzoni (PL), no Palácio da Alvorada. A campanha do presidente concentrará cerca de 40% do tempo na Região Sudeste, principalmente em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro — decisivos para a vitória dia 30. Bolsonaro, porém, afirmou que não descuidará do Nordeste — onde foi derrotado nas urnas —, "que não teve a informação na ponta da linha do que nós fizemos em nosso governo".

"Vai dar tudo certo, se Deus quiser. Acredito na reeleição, acredito no povo brasileiro, acredito em Deus, acredito que o reconhecimento estará presente cada vez mais nas urnas", exultou.

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