ELEIÇÕES 2022

Imagem de Michelle Bolsonaro em casamento maçom de Zambelli viraliza

A primeira-dama participou de cerimônia que uniu a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o coronel Aginaldo de Oliveira

Aline Brito
postado em 05/10/2022 20:30
 (crédito: Reprodução/Twitter)
(crédito: Reprodução/Twitter)

Um dia depois de vídeo e fotos do presidente Jair Bolsonaro (PL) em local com símbolos da maçonaria viralizarem nas redes sociais, internautas resgataram um vídeo do casamento da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), realizado em templo maçônico, em que a primeira-dama Michelle Bolsonaro aparece.

Usuários do Twitter usaram a imagem para questionar a presença de Michelle Bolsonaro no casamento, já que ela é evangélica e tem atuado junto à frente evangélica, com organização de cultos, para atrair votos para o marido, Jair Bolsonaro.

Michelle Bolsonaro em templo da maçonaria
Michelle Bolsonaro em templo da maçonaria (foto: Reprodução/Twitter)

“Evangélico em templo maçônico? Mas não era proibido?”, indagou um usuário do Twitter. “Se os evangélicos demonizam a maçonaria, o que dizer da primeira dama do Brasil em um casamento e depois na festa celebrada em uma Loja Maçônica?”, questionou outro, identificado como Leone.

O vídeo da cerimônia maçônica foi registrado há dois anos, em 2020, quando Zambelli se casou com o coronel Aginaldo de Oliveira e reuniu no templo, além da primeira-dama, nomes importantes do governo na época, como a ex-secretária especial da Cultura, Regina Duarte. O ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro (União Brasil), o da Educação, Abraham Weintraub (PMB), foram testemunhas do casamento.

Nas imagens, é possível ver a deputada Zambelli vestida de noiva ao lado do marido, virados de frente para o pedestal em que estão Moro, Weintraub, suas respectivas esposas e o líder que realiza a cerimônia. Michelle aparece do lado esquerdo do vídeo, bem ao fundo.

Moro ironiza costumes da maçonaria

No discurso do casamento, o ex-ministro e, agora, eleito senador pelo Paraná, Sérgio Moro brincou com um dos costumes da maçonaria. "Sendo um casamento maçom, eu não sabia se podia falar porque é tudo segredo. Eu não sei se posso dizer que sou testemunha ou que não sou testemunha do casamento”, disse o ex-juiz, que voltou a apoiar o presidente Bolsonaro no segundo turno das eleições.

Outros nomes ligados ao bolsonarismo também participaram da cerimônia, como a deputada federal mais votada no Distrito Federal nestas eleições, Bia Kicis (PL-DF), o deputado Major Vitor Hugo (PL-GO) e o deputado Coronel Armando (PL-SC).

Depois da repercussão do vídeo de seu casamento, Carla Zambelli se pronunciou por meio do Twitter e disse que a "esquerda está desesperada". "Vocês realmente acham que bater no Presidente ou na Michelle vai tirar voto dos conservadores?", provocou. 


Jair Bolsonaro não aparece nesse vídeo, mas outras imagens circularam nas redes sociais na terça-feira (4/10) e mostram o presidente e candidato à reeleição discursando em uma loja maçônica. A gravação, que é antiga, mostra Bolsonaro em pé, falando aos integrantes do templo, com imagens da maçonaria ao fundo.

Maçonaria é condenada pela Igreja Católica

A maçonaria é uma organização fraterna que remonta às antigas fraternidades de pedreiros da Idade Média. A iniciativa, tratada por muitos como seita, tem como principal característica a proteção de seus adeptos, uns aos outros.

A instituição religiosa, como se apresenta, não permite que qualquer pessoa adentre, para fazer parte da maçonaria é preciso que algum membro autorize a entrada de novos integrantes. Geralmente, os adeptos são pessoas influentes e com boas condições financeiras.

Eles reconhecem a existência de um Grande Arquiteto do Universo, ao qual devem ajudar na melhoria de suas obras. A iniciativa é condenada pela Igreja Católica, religião em que Jair Bolsonaro afirma pertencer, e tratada por alguns evangélicos, grupo integrado por Michelle, como associação ao satanismo.

D. João Evangelista Martins Terra, bispo auxiliar da Arquidiocese de Brasília falecido em março deste ano, escreveu um livro em que aborda a forma como a Igreja Católica enxerga a maçonaria. Na obra, intitulada "Maçonaria e Igreja Católica”, o bispo auxiliar cita o Código de Direito Canônico, no qual diz que ”os que dão seu próprio nome à seita maçônica ou a outras associações do mesmo gênero, que maquinam contra a Igreja ou contra os legítimos poderes civis, incorrem ipso facto na excomunhão simpliciter reservata à Sé Apostólica”.

Além disso, o Código ainda proíbe “livros que, tratando das seitas maçônicas ou de outras associações análogas, pretendem provar que, longe de serem perniciosas, elas são úteis à Igreja e à sociedade civil”. Assim, a Igreja Católica estabelece que “todo aquele que se inicia na maçonaria, incorre, só por este fato, na pena de excomunhão”.

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