eleições 2022

Bolsonaro vai a inauguração de templo em MG; agenda é dominada pela religião

No dia da padroeira católica do país, Bolsonaro tem agenda de campanha dedicada à religião. Em inauguração de templo em Minas Gerais, ele foi chamado de "ungido por Deus para governar o país"

Henrique Lessa
postado em 12/10/2022 11:31 / atualizado em 12/10/2022 11:35
 (crédito: Reprodução Youtube)
(crédito: Reprodução Youtube)

A agenda do presidente Jair Bolsonaro (PL) desta quarta-feira (12/10) é toda dedicada à campanha eleitoral pela reeleição. A aposta é na religião. Ele chegou agora há pouco em Belo Horizonte (MG), onde participa da inauguração de um novo templo da Igreja Mundial do Poder de Deus, do religioso Valdemiro Santiago, aliado de primeira hora do atual presidente.

Ao lado do governador mineiro reeleito, Romeu Zema (Novo), Bolsonaro escutou uma oração do religioso de um trio elétrico parado ao lado de fora do templo. Depois da oração o religioso questionou a multidão sobre milagres de cura entre os participantes, muitos vestindo a camisetas da seleção brasileira. Os fiéis relataram curas de câncer e de um paralítico que teria voltado a andar. Na sequência, uma cadeira de rodas apareceu erguida na multidão. A primeira-dama Michele Bolsonaro, frequentadora de outra denominação religiosa, a Igreja Batista Atitude, não acompanhou Bolsonaro.

O candidato à reeleição falou rapidamente reafirmando a pauta de costumes e, sem citar nominalmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou a acusar o "outro candidato" como defensor do aborto, da legalização das drogas, do aborto.

Valdemiro Santiago, falando aos féis, usou passagens bíblicas para defender o voto no presidente. O evento foi todo com a mistura dos temas religiosos com a campanha pela reeleição do presidente, que chegou a ser definido como um ungido por Deus para governar o país.

O presidente dever agora partir de Belo Horizonte para Aparecida, no interior paulista, onde deve participar de uma das missas no Santuário Nacional de Aparecida, na comemoração do dia da padroeira dos católicos. Dentro da agenda também consta a realização de evento paralelo aos realizados pela igreja católica, a reza de um terço ao lado de fora da Basílica, com os apoiadores do presidente.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou uma nota pública condenando, sem citar nome de nenhum dos candidatos, qualquer utilização da religião na disputa política. E informou que o “terço” não tem ligação com a igreja “Embora tenha sido programada para acontecer no mesmo horário da Consagração a Nossa Senhora Aparecida, que há 65 anos tradicionalmente é rezada neste horário, a inciativa não tem qualquer relação com o Santuário Nacional e sua programação oficial para este dia”, e a nota continua reafirmando a “Assim, é importante reforçar que esta atividade não é organizada pelo Santuário Nacional, tampouco tem anuência do Arcebispo de Aparecida”, apontou a nota assinada por Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Aparecida.

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