Congresso

No Senado, Comissão de Ciência e Tecnologia critica cortes à área

Audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia ouviu especialistas da área sobre os mais recentes cortes orçamentários no setor

O Brasil investirá menos de 1% do PIB em ciência e tecnologia no próximo ano. A preocupação com a redução orçamentária para o setor foi tema de audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado nesta quarta-feira (26/10). Segundo alertou o senador Jean Paul Prates (PT-RN), que presidiu a sessão, os cortes ameaçam o desenvolvimento do Brasil e a capacidade de gerar trabalho, renda, riqueza e bem-estar social para a população.

“O governo Bolsonaro nem tenta disfarçar seu descaso e antipatia pela pesquisa científica e tecnológica. Basta ver como ele se comportou durante a pandemia, negando a ciência e as vacinas”, aponta o senador.

A comissão lembrou ainda que, entre integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a média de investimento no setor é de 2,68% do PIB, todos os anos. Em janeiro deste ano, o Brasil recebeu o sinal verde para sua entrada na OCDE — no entanto, é preciso cumprir, em até cinco anos, uma série de exigências, sendo uma delas o montante de investimentos em tecnologia.

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“Os Estados Unidos investiram, apenas com dinheiro público, US$ 664 bilhões em ciência e tecnologia, em 2020, período em que a China investiu US$ 563 bilhões”, citou Jean Paul. “O povo sente as consequências desse estrangulamento da ciência e tecnologia em todas as áreas: na saúde, na competitividade industrial, no melhoramento das lavouras e produção de alimentos. Não há área que esteja imune a essa política de destruição.”

A audiência pública ouviu especialistas da área de ciência e tecnologia sobre a Medida Provisória 1.136/2022, que promove cortes no Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Participam da audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado Dácio Roberto Matheus, vice-presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia e Empreendedorismo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, e Alexandre Bahia, secretário executivo do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.

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