ATAQUES

Barroso em SC: "Manifestação ameaçava fugir ao controle e tornar-se violenta"

Ministro jantava com amigos quando grupo que estava participando de bloqueio das estradas começou a hostilizar o magistrado

Luana Patriolino
postado em 04/11/2022 16:41 / atualizado em 04/11/2022 16:41
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), precisou da ajuda da Polícia Militar, após ser hostilizado por bolsonaristas na noite de ontem, na cidade de Porto Belo, litoral de Santa Catarina, enquanto jantava com amigos. Em nota, nesta sexta-feira (4/11), o gabinete do magistrado disse que ele preferiu se retirar, pois a "manifestação ameaçava fugir ao controle e tornar-se violenta".

“O ministro Luís Roberto Barroso estava em Porto Belo, Santa Catarina, na última quinta-feira (3) para compromisso pessoal. Quando jantava com amigos em um restaurante, pessoas que participavam de bloqueios de estradas e que foram dispersadas iniciaram um protesto do lado de fora, e o ministro preferiu retirar-se para não causar transtornos aos demais clientes do local”, escreveu a assessoria de Barroso.

Os bolsonaristas entoaram palavras de ordem contra a Corte, cantaram o Hino Nacional e afirmaram que o ministro não era bem-vindo. Durante cerca de 20 minutos no local, o magistrado foi vaiado, chamado de comunista, "lixo", "vagabundo" e "ladrão". Segundo a nota, a polícia levou o ministro até a casa onde ele estava hospedado, mas foi detectado que o grupo também identificou o local.

“A equipe de segurança detectou que um grupo identificara o lugar onde ficaria o ministro e começou a convocar outras pessoas para o local, fazendo ruído perturbador para toda a vizinhança e paralisando a circulação nas ruas adjacentes”, diz a nota.

Apesar do transtorno, Barroso não foi agredido fisicamente e não houve dano material no restaurante. Segundo a polícia, ninguém foi preso também. “A democracia comporta manifestações pacíficas de inconformismo, mas impõe a todos os cidadãos o respeito ao resultado das urnas. O desrespeito às instituições e às pessoas, assim como as ameaças de violência, não fazem bem a nenhuma causa e atrasam o país, que precisa de ordem e paz para progredir”, continua o comunicado do magistrado.

Leia a nota do ministro na íntegra

"O ministro Luís Roberto Barroso estava em Porto Belo, Santa Catarina, na última quinta-feira (3) para compromisso pessoal. Quando jantava com amigos em um restaurante, pessoas que participavam de bloqueios de estradas e que foram dispersadas iniciaram um protesto do lado de fora, e o ministro preferiu retirar-se para não causar transtornos aos demais clientes do local.

Ao retornar para a casa onde estava hospedado, a equipe de segurança detectou que um grupo identificara o lugar onde ficaria o ministro e começou a convocar outras pessoas para o local, fazendo ruído perturbador para toda a vizinhança e paralisando a circulação nas ruas adjacentes.

A manifestação ameaçava fugir ao controle e tornar-se violenta, tendo a segurança aventado o uso de força policial para dispersar a aglomeração. Diante disso, o ministro, em respeito à vizinhança e para evitar confronto entre polícia e manifestantes, retirou-se do local.

O ministro sequer chegou a ver os manifestantes e não houve proximidade física ou agressão. Tampouco houve qualquer registro de dano patrimonial nos locais, que seja de conhecimento do ministro.

A democracia comporta manifestações pacíficas de inconformismo, mas impõe a todos os cidadãos o respeito ao resultado das urnas. O desrespeito às instituições e às pessoas, assim como as ameaças de violência, não fazem bem a nenhuma causa e atrasam o país, que precisa de ordem e paz para progredir."

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