Recluso desde a derrota nas urnas contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente Jair Bolsonaro (PL) participou, na noite desta terça-feira (29/11), de um jantar do Partido Liberal, em Brasília. No entanto, o atual chefe do Executivo entrou mudo e saiu calado do evento. Os outros políticos presentes também se recusaram a dar declarações sobre o encontro.
Essa foi a segunda aparição de Bolsonaro em eventos desde o resultado do segundo turno das eleições. Ele chegou no local por volta das 20h e saiu 1 hora depois. O jantar foi promovido pelo presidente da sigla, Valdemar Costa Neto. O presidente também não falou com a imprensa e apoiadores no momento da chegada.
Cerca de 150 pessoas estiveram presentes. Entre elas, o ex-ministro da Saúde e deputado eleito Eduardo Eduardo Pazuello; o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), apoiadores mais próximos, integrantes do governo e parlamentares do PL.
Ao deixar o local, Flávio Bolsonaro não concedeu entrevistas. Ele disse que só irá se posicionar após o presidente se pronunciar oficialmente. “Eu não quero antecipar nada”, afirmou. Valdemar Costa foi um pouco mais direto e declarou que Bolsonaro "vai dar uma resposta" aos apoiadores que contestam o resultado das eleições.
“Vocês podem ter certeza que Bolsonaro não vai deixar vocês na mão. Bolsonaro é homem, ele vai dar uma resposta para vocês”, disse o presidente do PL a um apoiador na saída do evento.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também compareceu. Nesta terça-feira, O PT e o PSB oficializaram apoio à reeleição dele para a presidência da Casa. Reginaldo Lopes (PT-MG), líder da bancada petista, comunicou à imprensa que a decisão foi tomada visando a estabilidade do país e da atuação do parlamentar.
Dinheiro bloqueado
O PL divulgou uma nota nesta terça-feira (29/11), afirmando que vai “adotar todas as medidas” sobre a decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, que bloqueou R$ 13,6 milhões de uma conta da legenda.
“O Partido Liberal vai adotar todas as medidas adequadas para preservar a liberdade, o direito à livre atividade parlamentar e partidária, o direito à liberdade de expressão e, mais ainda, o direito constitucional e democrático de contestar decisões judiciais sem sofrer qualquer retaliação”, diz o comunicado.
Na segunda-feira, Moraes reteve o dinheiro da conta da sigla para o pagamento da multa de R$ 22,9 milhões por litigância de má-fé – quando alguém aciona a Justiça de forma irresponsável – porque o partido pediu revisão extraordinária do resultado do segundo turno das eleições presidenciais que o presidente Jair Bolsonaro saiu derrotado na disputa contra Luiz Inácio Lula da Silva.
O PP e o Republicanos também deveriam pagar a multa, pois integravam a coligação de Bolsonaro. No entanto, eles foram excluídos da ação após afirmarem que não foram consultados pelo PL sobre o relatório com desinformação sobre as urnas eletrônicas. Moraes então acatou a decisão e decidiu que o partido do presidente pagasse o valor sozinho.
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