Novo Governo

Para economista do Ibre, escolha de Camilo Santana é positiva

Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do FGV IBGE, elogia o modelo de educação do Ceará e afirma que é preciso uma estratégia de educação em tempo integral imediata no Ensino Médio

Rosana Hessel
postado em 20/12/2022 13:36
 (crédito: Divulgação/PT)
(crédito: Divulgação/PT)

A escolha de Camilo Santana, ex-governador do Ceará, para chefiar o Ministério da Educação do futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é considerada positiva pela economista Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

Na avaliação da especialista, o ex-governador petista poderá aplicar a experiência positiva do Ceará na educação brasileira, pois os alunos do estado do Nordeste têm os melhores índices de avaliação do país, graças à estratégia do ensino em tempo integral de décadas. Aliás, a melhoria da educação será fundamental para o aumento da produtividade do país, que é baixa e condena o Brasil a ter baixo crescimento econômico.

“O estado tem um modelo importante e, se o novo governo quer gastar mais, a educação é um bom caminho, mas tem que começar a aplicar logo no primeiro ano, o Ensino Médio em tempo integral a partir de 2023”, alertou Silvia Matos, em entrevista ao Correio. “Os jovens precisam aprender mais e, quando se formarem, já terem algum conhecimento adicional para o mercado de trabalho”, afirmou.

Pelos cálculos do Ibre, o potencial de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é de apenas 1,5% e, para aumentar esse PIB potencial, será preciso uma reforma tributária que corrija as distorções e ajude a destravar a economia e uma reforma na educação, pois somente com mão de obra qualificada será possível garantir um crescimento mais sustentável.

Na avaliação de Silvia Matos, a escola em tempo integral também vai ajudar as deficiências de aprendizado dos jovens durante a pandemia. Seria uma forma de recuperar os dois anos praticamente perdidos para a maioria dos estudantes. Contudo, ela fez um alerta para o instinto gastador dos petistas que, historicamente, aumentaram gastos em políticas que não deram certo, como a desoneração da folha. Nesse sentido, ela recomenda a leitura de um livro do economista Marcos Mendes, um dos pais do teto de gastos: Para não esquecer: políticas públicas que empobrecem o Brasil.

O livro, gratuito na Amazon, compila artigos de 33 autores mostrando o desempenho de políticas públicas nas últimas duas décadas. “A maioria das políticas públicas que não deram certo foram adotadas em governos petistas”, afirmou. Ela, assim como os integrantes da Frente Ampla que apoiaram o petista contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições esperam que o novo governo evite os mesmos erros do passado que levaram o país para um cenário crítico do ponto de vista fiscal, achando que basta gastar para fazer a economia crescer.

Naquela época, durante o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, a política econômica equivocada levou o país para uma recessão entre 2015 e 2016, na contramão do mundo, que estava crescendo.

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