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Após acordo com MDB, Lula leva Tebet, Jader Filho e Renan Filho para o time

Espaço do MDB está decidido e partido fica com Planejamento, Cidades e Transportes. No Desenvolvimento Agrário, disputa é entre quatro petistas

Vinicius Doria
Victor Correia
postado em 29/12/2022 03:55 / atualizado em 29/12/2022 06:03
 (crédito: Ricardo Stuckert)
(crédito: Ricardo Stuckert)

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva bateu o martelo sobre o espaço que o MDB ocupará no primeiro escalão do futuro governo. Depois de acertar a ida da senadora Simone Tebet (MS) para o Ministério do Planejamento, ficou definido que o presidente da sigla no Pará, Jader Filho, ocupará a pasta de Cidades e o senador eleito Renan Filho (AL) estará à frente dos Transportes.

Lula passou a tarde de ontem reunido com caciques do MDB para finalizar o que seria entregue à legenda. Estiveram presentes além dos futuros ministros Jader Filho e Renan Filho, o presidente nacional do partido, Baleia Rossi; o líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões Júnior (AL); e o deputado eleito Rafa Brito (AL). Pelo PT, além do presidente eleito, participaram do acerto a comandante nacional da legenda, Gleisi Hoffmann, e o futuro ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

Jader e Renan são filhos de dois caciques da legenda: os senadores Jader Barbalho e Renan Calheiros. A confirmação dos dois, além do nome de Tebet no Planejamento, é esperada para hoje. 

Briga interna

Apesar dos nomes dos emedebistas estarem praticamente fechados, restam 16 pastas sem titulares nomeados. A maior disputa ocorre pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, posto pelo qual concorrem quatro petistas.

Os mais cotados para a vaga são Carlos Veras e Edegar Pretto, mas entraram na disputa Paulo Teixeira — que pleiteava as Comunicações, mas deve perder o posto para o nome a ser indicado pelo PSD, cujo mais cotado é o deputado André de Paula (PE) — e Reginaldo Lopes — que pretendia a Educação, entregue a Camilo Santana. O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar será responsável pela reforma agrária, além de outras bandeiras históricas do PT.

Um anúncio que pode ser feito hoje é o do futuro ministro da Previdência. O principal cotado para comandar a pasta é o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. O acerto também estava sendo negociado ontem, com expectativa de reunião entre o pedetista e Lula.

"Estou aguardando a formalização do convite", confirmou Lupi ao Correio. Apesar de o partido ter lançado Ciro Gomes à Presidência, no primeiro turno, o PDT declarou apoio formal a Lula na segunda parte das eleições. Desde que se aliou à campanha petista, a sigla negocia um ministério com o governo eleito.

O ministério foi oferecido a Lupi pelo PT. Inicialmente, o pedetista o recusara por entender que tem pouca relevância em termos de políticas públicas que impactam diretamente a população. Mas reconsiderou a decisão.

Também há indefinição sobre o espaço a ser ocupado pelo União Brasil. A sigla insiste na indicação do deputado Elmar Nascimento (BA) para comandar o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, mas sofre forte resistência de setores do PT por causa do suposto uso de uma gráfica de fachada, nas eleições de 2022.

Quem é quem no 1º escalão

Ministros anunciados e partidos que os indicam:

Casa Civil — Rui Costa (PT)
Secretaria das Relações Institucionais — Alexandre Padilha (PT)
Secretaria Geral — Márcio Macêdo (PT)
Advocacia Geral da União—Jorge Messias (PT)
Controladoria Geral da União—Vinicius Carvalho (PT)
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação—Luciana Santos (PCdoB)
Ministério da Cultura—Margareth Menezes (PT
Ministério da Defesa — José Múcio Monteiro (PT)
Ministério da Fazenda — Fernando Haddad (PT)
Ministério da Educação—Camilo Santana (PT)
Ministério da GestãoeInovação em Serviços Públicos — Esther Dweck (PT)
Ministério da Igualdade Racial—Anielle Franco (PT)
Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços — Geraldo Alckmin (PSB)
Ministério da Justiça e Segurança Pública — Flávio Dino (PSB)
Ministério da Saúde — Nísia Trindade (sem partido)
Ministério das Relações Exteriores — Mauro Vieira (PT)
Ministério das Mulheres — Cida Gonçalves (PT)
Ministério de Portos e Aeroportos—Márcio França (PSB)
Ministério do Desenvolvimento Social, Assistência, Família e Combate à Fome — Wellington Dias (PT)
Ministério do Trabalho e Emprego — Luiz Marinho (PT)
Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania — Silvio Almeida (PT)

Em aberto:

Gabinete de Segurança Institucional—Mais cotado: general Gonçalves Dias (sem partido)
Secretaria de Comunicação Social—Mais cotado: Paulo Pimenta (PT)
Ministério da Agricultura e Pecuária — Mais cotado: Carlos Fávaro (PSD)
Ministério das Cidades — Mais cotado: Jáder Filho (MDB)
Ministério das Comunicações — Mais cotado: André de Paula (PSD)
Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar — Cotados: Carlos Veras (PT), Edegar Pretto
(PT), Paulo Teixeira (PT) ou Reginaldo Lopes (PT)
Ministério do Esporte — Mais cotada: Ana Mozer (sem partido)
Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional—Mais cotado: Elmar Nascimento (União Brasil)
Ministério de Minas e Energia — Mais cotado: Alexandre Silveira (PSD)
Ministério do Meio Ambiente—Mais cotada: Marina Silva (Rede)
Ministério da Pesca e Aquicultura — Cotados: Altemir Gregolin (PT) ou Fábio Bernardino (Agir)
Ministério da Previdência Social—Carlos Lupi (PDT)
Ministério do PlanejamentoeOrçamento—Simone Tebet (MDB)
Ministério do Turismo — Vai para Avante, Podemos ou União Brasil
Ministério dos Povos Indígenas — Mais cotada: Sônia Guajajara (PSol)
Ministério dos Transportes—Mais cotado: Renan Filho (MDB)

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