NOVO GOVERNO

Defesa Civil não tem dinheiro para ações estruturantes em 2023, diz Transição

Secretaria de Defesa Civil pediu R$ 506 milhões para dar continuidade, em 2023, às obras de prevenção de desastres. Também não há planejamento do governo federal para evitar desastres

Na base das ações estruturantes deixadas de lado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), está a Defesa Civil. No detalhamento do Orçamento de 2023 para a área seriam necessários R$ 739 milhões, mas há, na pasta, pouco mais da metade, R$ 467 milhões, a serem executados. O alerta foi dado pelo Grupo Técnico (GT) de Desenvolvimento Regional da transição, nesta quinta-feira (1º/12), em coletiva no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

Uma das conclusões apontadas no relatório preliminar entregue pelo GT é de que não há um planejamento para prevenção e resposta a desastres para o fim deste ano e o início do próximo. Teria que ter separado  à área um montante de R$ 506 milhões, mas há apenas R$ 13 milhões. Já na resposta a desastres, eram necessários R$ 381 milhões, mas há disponível R$ 150 milhões.

“Isso explica porque desastres acontecem e o governo não consegue de imediato agir”, concluiu o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos coordenadores do GT de Cidades.

Saiba Mais

Outro ponto alertado pelo grupo técnico é o risco de paralisação de obras para prevenir ocorrências. Para evitar a paralisação de obras em 2023, foi solicitado, pela Secretaria de Defesa Civil, R$ 506 milhões. A pasta tem destinado para esse fim, hoje, no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), menos de R$ 3 milhões.

"Mais de 900 mortes por desastres naturais aconteceram quando eu assumi o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação em 2011. É no verão que as chuvas acontecem. Tomamos a decisão de constituir o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), que hoje faz alertas diários do risco de cada município. O que é grave é que estão desestruturando a Defesa Civil. Não adianta emitir o alerta se não tem equipe para subir no morro e avisar do perigo", explicou o coordenador da transição, Aloizio Mercadante. "Não ter Defesa Civil é inaceitável do ponto de vista de que é a prioridade da preservação da vida. É grave não ter recurso para trabalhar no Brasil hoje”, completou.

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