Política externa

Presidente argentino se reúne com Lula e celebra 'retorno do Brasil'

Lula também se reuniu durante o dia com os presidentes da Bolívia, Chile, Equador, Portugal e o rei da Espanha

Agence France-Presse
postado em 03/01/2023 00:10 / atualizado em 03/01/2023 00:11
 (crédito: EVARISTO SA / AFP)
(crédito: EVARISTO SA / AFP)

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, disse nesta segunda-feira (2) que a volta ao poder de Luiz Inácio Lula da Silva representa o "retorno do Brasil" ao cenário internacional, após se reunir com o novo presidente em Brasília.

"Lula é um líder regional que vai dar um impulso muito importante à América Latina", afirmou a repórteres o líder argentino de centro-esquerda. Para ele, o governo de Lula significa "o retorno do Brasil a todos os fóruns internacionais".

Fernández, que assistiu à posse de Lula na capital na véspera, garantiu que ambos estão "no mesmo caminho" em seus objetivos bilaterais e regionais.

Também o convidou para ir a Buenos Aires nos dias 23 e 24 de janeiro para a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

"Foi uma grande reunião porque decidimos claramente relançar o vínculo entre Argentina e Brasil com toda a força que deveria ter, o que nos últimos quatro anos se tornou mais difícil", disse, em referência ao mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro.

"Argentina e Brasil são países inextricavelmente ligados e nenhum momento político pode atrapalhar isso", acrescentou.

Desde que chegou ao poder, em 2019, Bolsonaro se distanciou da comunidade internacional por suas posições sobre meio ambiente ou direitos humanos, e entrou em conflito com a China e o mundo árabe.

Lula, que está em seu terceiro mandato (após 2003-2010), prometeu a volta do Brasil ao cenário internacional, especialmente com seus compromissos ambientais.

"A ausência do Brasil nos fóruns internacionais foi muito evidente e é algo que não podemos permitir porque o Brasil é um país muito importante na região", afirmou Fernández.

"Estivemos afastados do cenário internacional nos últimos anos devido a uma visão ideológica limitante", disse o novo chanceler brasileiro, Mauro Vieira, nesta segunda-feira, referindo-se às mudanças na política internacional brasileira impostas durante o governo Bolsonaro.

Uma visão promovida principalmente por Ernesto Araújo (2019-2021), primeiro ministro das Relações Exteriores de Bolsonaro e um diplomata admirador de Trump, antiglobalização e cético em relação às mudanças climáticas.

O Brasil terá "um enorme trabalho de reconstrução" depois deste "retrocesso sem precedentes", completou Vieira ao assumir novamente o Itamaraty, que chefiou durante o governo de Dilma Rousseff.

Lula também se reuniu durante o dia com os presidentes da Bolívia, Chile, Equador, Portugal e o rei da Espanha.

O petista também teve um encontro com o vice-presidente chinês, Wang Qishan, que lhe entregou uma carta de felicitações do presidente Xi Jinping.

Na mensagem, Xi destacou as relações "maduras" entre Brasil e China -principal parceiro comercial brasileiro- e afirmou estar disposto a trabalhar com Lula para "levar a colaboração a outro nível, a partir de uma perspectiva estratégica e de longo prazo", segundo a agência estatal Xinhua.

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