Atos antidemocráticos

TikTok retira do ar mais de 10 mil posts sobre ataques golpistas em Brasília

TikTok tira quase 10,5 mil publicações que incitaram violência, terrorismo e divulgaram mentiras desde o dia do ataque aos Três Poderes

Luana Patriolino
postado em 16/02/2023 03:59
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

O TikTok informou, ontem, que removeu 10.442 postagens que incitaram violência, terrorismo e disseminaram fake news entre a data dos atos terroristas contra as sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro, e o dia 15 do mesmo mês. O levantamento foi entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, até agora, a plataforma de vídeo foi a única rede social que divulgou informações internos sobre os ataques dos bolsonaristas. A Meta — que controla Facebook, Instagram e WhatsApp — não divulgou dados sobre a tentativa de golpe de Estado. YouTube, Twitter, Telegram e Kwai também não se manifestaram.

Os números do TikTok constam em um comunicado assinado pelo diretor de Políticas Públicas da empresa no Brasil, Fernando Gallo. "Durante o período eleitoral, e também após a troca de governo, preparamos para uma série de cenários, como desinformação eleitoral danosa, compartilhamento de teorias da conspiração e ameaças de violência", salientou.

E acrescentou: "Como o cenário no Brasil era único, também atuamos para remover conteúdo falso afirmando que não seria possível verificar, validar ou aceitar o resultado da eleição. Nossa preparação nos permitiu atuar de forma rápida para endereçar conteúdo danoso de maneira adequada no país", ressaltou.

Segundo o TikTok, cinco links relacionados aos atos antidemocráticos também foram removidos, entre 8 e 15 de janeiro, por ordens judiciais do Supremo Tribunal Federal (STF). "Todas as ações e iniciativas desenvolvidas pela plataforma para conter o avanço e propagação de conteúdos que tenham o potencial de prejudicar o processo democrático permanecem em andamento", afirmou a empresa.

Parceria

O TikTok foi uma das plataformas que firmou uma parceria com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2022 para combater a desinformação. A empresa também informou, ontem, que entre 16 de agosto e 31 de dezembro, período da campanha até o fim da transição de governo, removeu 66.020 vídeos com fake news sobre o pleito. Do total de casos, 91,1% dos casos foram detectados proativamente e 79% excluídos sem que tivessem nenhuma visualização.

Em agosto de 2022, o Brasil tinha 61,6 milhões contas ativas no TikTok — o maior número do mundo. A rede atrai, principalmente, jovens e crianças. Ainda sobre o período, a empresa afirmou que cumpriu 90 ordens judiciais para a remoção de 222 links — 52 partiram do TSE e 38 dos tribunais regionais eleitorais (TREs).

Na avaliação da advogada eleitoral Paula Bernardelli, a iniciativa da plataforma é necessária para preservar o Estado de Direito. "A atuação das plataformas é essencial para a preservação da estabilidade democrática", afirmou.

Para o advogado Cristiano Vilela, especialista em direito público, o TSE acertou em cobrar das plataformas mais rigidez em relação ao conteúdo. "Os números apresentados pelo TikTok demonstram o efetivo sucesso dessa prática, muito embora deva-se reconhecer que é impossível eliminar totalmente esse tipo de prática", apontou.

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