VOTO FEMININO

Nos 91 anos do voto feminino, Weber critica déficit de mulheres na política

Presidente do STF destacou importância da igualdade de gênero no país nos espaços de poder para fortalecimento da democracia

Luana Patriolino
postado em 24/02/2023 15:00 / atualizado em 24/02/2023 15:00
 (crédito: Reprodução)
(crédito: Reprodução)

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, relembrou, nesta sexta-feira (24/2), o aniversário de 91 anos da conquista do voto feminino no Brasil. Segundo a magistrada, apesar dos avanços, ainda são insatisfatórios índices de presença das mulheres nos espaços de poder. Ela destacou a importância dessa equivalência para o fortalecimento da democracia brasileira.

“Ainda hoje insatisfatórios os índices de presença das mulheres na política, em que há verdadeira sub-representação feminina, a despeito de as mulheres serem a maioria da população. O Brasil se situa entre os últimos colocados no ranking da presença feminina nos parlamentos dos países da América Latina e do mundo, enquanto, por exemplo, a Argentina, Bolívia, México e Paraguai já estão a alcançar a paridade de gênero”, ressaltou.

Weber também lembrou das magistradas brasileiras, que ainda são menor parcela no país. “Aliás, o mesmo vale para o próprio Poder Judiciário, em especial no tocante à composição dos Tribunais Superiores”, destacou.

“O déficit de representatividade feminina significa um déficit para a própria democracia brasileira. Não é uma busca apenas em benefício das mulheres, mas de todos e se confunde, por isso mesmo, com o próprio fortalecimento da democracia. Sempre oportunas as palavras de Michelle Bachelet: ‘quando uma mulher ingressa na política, transforma-se a mulher, quando muitas mulheres ingressam na política, transforma-se a política’”, disse a ministra.

A presidente do STF também destacou que a busca pela igualdade de gênero é papel não apenas das mulheres, mas também de toda a sociedade. “Reverter essa disparidade histórica de representação é um desafio que a todos se impõe: homens e mulheres, partidos políticos, sociedade civil e instituições de Estado — Legislativo, Executivo e Judiciário. Trata-se, na verdade, de aperfeiçoar a democracia, transformando um potencial direito em direito efetivamente exercido”, declarou.

O direito ao voto foi concedido às mulheres em maio de 1932, por meio do decreto que criou a Justiça Eleitoral. Apenas em 3 de maio de 1933, na eleição para a Assembleia Nacional Constituinte, a mulher brasileira, pela primeira vez, em âmbito nacional, votou e foi votada.

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