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Verba para Amazônia precisa ser aprovada por Congresso dos EUA, diz Kerry

Enviado dos EUA diz que recursos dependem de aprovação do Congresso americano

Taísa Medeiros
postado em 01/03/2023 03:55 / atualizado em 01/03/2023 05:51
 (crédito:  Evaristo Sá/AFP)
(crédito: Evaristo Sá/AFP)

O enviado especial do presidente dos Estados Unidos para assuntos do clima, John Kerry, confirmou, ontem, que o país vai colaborar com o Fundo Amazônia. Ele, porém, não informou o valor e o início do financiamento, porque, segundo destacou, depende de uma decisão do Congresso norte-americano.

"Estamos trabalhando com uma legislação que está agora no Congresso (dos EUA) de US$ 4,5 bilhões, mas estamos pensando em US$ 9 bilhões. Teremos uma luta para que seja aprovado. Então, também estamos trabalhando com pontos de desenvolvimento multilaterais e suas reformas", disse Kerry, em entrevista coletiva no Ministério do Meio Ambiente, ao lado da titular da pasta, Marina Silva. "Existe muita compreensão de que isso é urgente."

Os US$ 9 bilhões, se aprovados, serão destinados a florestas de países em desenvolvimento, e não apenas à Amazônia. Marina, no entanto, disse acreditar que boa parte vai ser destinada ao Fundo Amazônia, pela relevância do bioma.

O secretário do governo Joe Biden afirmou que pretende retornar ao Brasil em abril para uma visita à Floresta Amazônica e salientou ser notório o comprometimento da gestão Lula com a questão ambiental. Ele agradeceu à recepção e a conversa com a ministra. "Particularmente, estou animado com as perspectivas que Marina Silva me sugeriu", declarou.

A titular da pasta do Meio Ambiente destacou a importância da colaboração norte-americana. "Os Estados Unidos têm um mecanismo muito particular de cooperação. Fazer isso no âmbito do Fundo Amazônia é um ganho muito grande", frisou. "O que nós tratamos é que o governo (dos EUA) vai buscar viabilizar esses recursos, mas isso passa pela aprovação do Congresso americano. De onde virá essa fonte é uma escolha que eles farão internamente", acrescentou.

Sobre o retorno de Kerry, em abril, Marina Silva disse que os detalhes ainda serão acertados com integrantes do Executivo. "O secretário manifestou o desejo de voltar ao Brasil para fazer uma visita à Amazônia. É uma discussão que ainda será feita de qual é o estado, qual é o projeto. É uma visita após um intenso processo de trabalho", ressaltou.

Força-tarefa

A ministra e o secretário anunciaram a retomada de um grupo de trabalho que funcionará como uma força-tarefa para discutir estratégias visando conter os efeitos das mudanças climáticas no Brasil, com foco no combate ao desmatamento e na defesa dos povos indígenas.

Participarão do colegiado representantes de ministérios, que atuarão na busca pela proteção da biodiversidade brasileira, bem como na redução da emissão de gases do efeito estufa.

"Partimos de um ponto que já estava estabelecido desde 2015, que é um grupo de trabalho de alto nível para explorar temas de interesse comum, mas atualizando esse grupo de trabalho a partir do que são as prioridades do governo do presidente Lula e do presidente Biden", disse Marina.

Kerry e a ministra se encontraram no Palácio do Itamaraty — a coletiva de imprensa foi no Meio Ambiente. O representante americano estava acompanhado da embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Bagley.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, também teve um encontro com o secretário. "Conversamos sobre as ameaças aos povos e seus territórios, com uma ampla discussão sobre todos os biomas brasileiros que sofrem ameaças diversas, como garimpo, invasão de terras, desmatamento ilegal, queimadas e tantas outras violações", escreveu Guajajara em suas redes sociais.

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