CÂMARA DOS DEPUTADOS

'Minha vida não acaba com uma cassação', diz Nikolas, acusado de transfobia

Deputado sofre pressão de colegas e partidos políticos após discurso considerado preconceituoso; petição por punição tem mais de 280 mil assinaturas

Estado de Minas
postado em 11/03/2023 18:21 / atualizado em 11/03/2023 18:23
 (crédito:  TV Câmara/Reprodução)
(crédito: TV Câmara/Reprodução)

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) garante não temer ser alvo de possível processo de cassação do mandato que exerce na Câmara Federal. Parlamentares e partidos já pediram, ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa, uma punição a ele, que nesta semana fez um discurso de teor transfóbico em plenário.

"Se ocorre uma cassação, eu levanto 10 mil Nikolas no Brasil inteiro. Porque cassar o meu mandato... é lógico que é bom você ter o tempo de fala, continuar trabalhando ali, inclusive prestar respeito a quem lhe garantiu o voto. Só que a minha vida não acaba com uma cassação", disse o deputado, em vídeo divulgado por ele no Twitter nessa sexta-feira (11/3).

Na quarta-feira (8), Nikolas vestiu uma peruca loira e subiu à tribuna do plenário da Câmara para ironizar mulheres trans. "As mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres", chegou a afirmar, instantes após se intitular de "deputada Nikole".

No vídeo publicado ontem, o parlamentar mineiro assegurou, ainda, não ter medo de outras punições, como eventual prisão.

"A única maneira deles me pararem, de fato, é inexistente. Quando olho, hoje, no TikTok, no Instagram e na juventude, vejo que os jovens entendem o que falo. É por isso que a esquerda está desesperada. Porque, no Dia Internacional das Mulheres, que seria usado como uma plataforma para divulgar pautas feministas, a pauta foi 'mulheres estão perdendo espaço para homens que se sentem mulheres'", falou.


Partidos da base de Lula defendem cassação

A cassação de Nikolas é defendida por partidos da base aliada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como PCdoB, PV, PSB, PDT, Psol e Rede. Petistas também concordam com a ideia. Deputada trans, Duda Salabert (PDT-MG) chegou a se reunir com o ministro Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, para pleitear apoio de políticos governistas ao processo que pode culminar na perda do mandato do bolsonarista.

"Entendemos que imunidade parlamentar não blinda nenhum deputado de ato criminoso", sustentou a pedetista.

O Supremo Tribunal Federal (STF), por sua vez, recebeu notícia-crime por causa das declarações do deputado. Erika Hilton (Psol-SP), outra parlamentar trans, também defende a aplicação de sanções a Nikolas.

Uma petição virtual criada por ela, para angariar assinaturas em prol da cassação, tem mais de 280 mil subscrições.

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