Dino anuncia instalação de base fluvial em Atalaia do Norte

De acordo com o ministro, a Polícia Federal instalará base fluvial em Atalaia do Norte (AM), local onde houve o desaparecimento e, posteriormente, a morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Philips

Tainá Andrade

postado em 15/03/2023 21:01

(crédito: Joao LAET / AFP)

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou, nesta quarta-feira (15/3), que enviou a base fluvial da Polícia Federal para o município de Atalaia do Norte (AM), local onde ocorreu o trágico assassinato do indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, em 2022.

Com o avanço das investigações, as mortes foram correlacionadas com o esquema de pesca ilegal, comandada pelo crime organizado que atua na região.

Dino tomou a decisão, validada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após a visita do secretário nacional de Segurança Pública da pasta, Tadeu Alencar, e da coordenadora do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), Tamires Sampaio, ao Vale do Javari. Eles foram acompanhar uma homenagem feita aos defensores assassinados na região localizada no Oeste do Amazonas, que faz fronteira tríplice com Peru e Colômbia.

“Nós temos feito escutas, ouvindo muito. Quem ouve mais, erra menos. E nós, a partir dessa visita, senhor presidente, com sua autorização, estamos deslocando a base fluvial da Polícia Federal e ela vai ficar em Atalaia do Norte, no Vale do Javari, para dizer que nunca mais a Amazônia vai ser terra de violência, de desigualdade, de opressão e de exploração”, disse o ministro.

De acordo com o projeto Cartografia das Violências na Região Amazônica, feito em parceria pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), com apoio do Instituto Clima e Sociedade (ICS) e pesquisadores do Grupo de Pesquisa Territórios Emergentes e Redes de Resistências na Amazônia (Terra) e da Universidade do Estado do Pará (UEPA), o tráfico de drogas, o aumento do desmatamento e os conflitos de terra na região têm levado à alta de violência na Amazônia.

Por ser um lugar estratégico para as rotas do tráfico internacional, o Vale do Javari e a comunidade indígena que vive no local sofrem com as constantes invasões de terras. A expansão das organizações criminosas soma-se também a intensificação de conflitos fundiários resultando ainda na violência letal e no assassinato de indígenas da região.