Justiça

STF reinaugura galeria de fotos destruída nos ataques de 8 de janeiro

Ministros reafirmaram o compromisso de defender a Constituição e a democracia contra o extremismo. Imagens dos ministros que conduziram o tribunal durante a pandemia e atentados contra os Poderes foram incluídas

Renato Souza
postado em 22/03/2023 20:58 / atualizado em 22/03/2023 22:00
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

O Supremo Tribunal Federal (STF) reinaugurou nesta quarta-feira (22) uma galeria de ex-presidentes da corte. O espaço, que fica no Salão Branco do Tribunal, foi destruído no dia 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram depredadas. A galeria recebeu as fotos de três ministros que estiveram à frente da corte na pandemia.

A galeria foi inaugurada pela presidente do Supremo, ministra Rosa Weber. As imagens representam os dirigentes do tribunal durante o período do império e da República. As fotos mais recente são de três ministros que ainda estão em atividade: Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Luiz Fux. Os três magistrados foram homenageados na cerimônia.

Rosa Weber destacou que a mensagem é de respeito a democracia. "Desta galeria, a mensagem que recebemos é de respeito à Constituição e às leis e de aperfeiçoamento da instituição. É sobretudo, como avanço civilizatório dos principais éticos que constituem a República Federativa do Brasil", disse.

Ela lembrou dos ataques que foram realizados por extremistas no começo do ano. "Minha alegria é inversamente proporcional ao entrar neste salão branco, onde estamos no dia 8 de janeiro, o dia da infâmia, quando vândalos invadiram e destruíram esta corte. Com este salão encharcado. Totalmente reconstruído este salão branco, continuamos exaltando a nossa história", completou.

O ministro Alexandre de Moraes homenageou a ministra Cármen Lúcia e destacou que há seis anos, na mesma data, ele tomava posse como o mais novo integrante do plenário. "Há exatos seis anos, a então presidente Carmem Lúcia me deu posse neste Supremo Tribunal Federal. Ela disse que desejava que fosse um período de muito trabalho para o Brasil, bom e proveitoso", disse.

Cármen Lúcia lembrou que o Supremo permaneceu funcionando mesmo após o prédio ser vandalizado. "Os ataques no dia da infâmia, que chegaram a destruição da galeria, representaram a tentativa de destruiram o Supremo simbólico, que representa a Justiça e o Estado democracia de direito. Toda a luta da democracia vale a pena e temos um projeto de vida que é prevalecer a Justiça para todos", disse.

"O Supremo tem o dever de continuar lutando para que não abalem a democracia e o Estado democrático de direito como queremos", destacou a magistrada.

Entre as autoridades presentes estavam o procurador-geral da República, Augusto Aras, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha e a vice-governadora, Celina Leão. "A sensação é de alívio, de ver que está tudo reconstruído e funcionando. É saber que essa é a força das instituições. Nós vivemos em uma democracia e as instituições tem de ser forte e eu sempre lutei por isso e vou continuar lutando", afirmou Ibaneis.

Ataques

O ministro Gilmar Mendes homenageou o ministro Dias Toffoli e destacou que ele conduziu o Supremo durante a pandemia de Covid-19 e abriu inquérito para investigar ataques contra o Tribunal.

"Coragem é traço fundamental para quem deseja desempenhar a magistratura constitucional. Toffoli demostrou, em sua biografia, que isso não lhe falta. O apreço pela renovação também marca a história do magistrado. Na pandemia, cabe destacar, a expansão do plenário virtual. Em março de 2019, o então presidente da Corte valeu-se do artigo 43 do regimento interno e instaurou inquérito para apurar notícias fraudulentas e ataques contra a corte e seus ministros", disse.

O ministro Luís Roberto Barroso relembrou a cena que viu ao chegar no prédio sede do Supremo após os atentados. "No dia 8 de janeiro, andamos sobre escombros, madeira, cacos, tecidos. Em uma noite assustadora. Como lembrou o ministro Toffoli, a ministra Rosa destacou que tudo seria reconstruído. É um momento muito especial estarmos de volta. Podem destruir o prédios, móveis, equipamentos, mas não são capazes de nos alcançar, pois o que representamos é intangível, representamos o bem e a Justiça no mundo dos homens", disse Barroso.

Ele destacou que o ministro Fux já foi advogado, promotor de Justiça do Rio de Janeiro, professor de direito na Universidade do Estado do Rio. "Nós ficamos amigos ali, na faculdade de direito. Desde então compartilhamos muitos momentos. Ele fez concurso para a magistratura e passou em primeiro lugar", completou Barroso.

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