Jornal Correio Braziliense

Reforma agrária

MST deixa fazenda na Bahia e ministro vai mediar negociação com Suzano

Segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, ele se reunirá nesta quarta-feira (8/3) com representantes do MST e da Suzano, produtora de celulose que teve fazendas ocupadas

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deixou nesta terça-feira (7/3) a fazenda da produtora de celulose Suzano ocupada na cidade de Mucuri, Bahia. Essa é a primeira das três áreas da Suzano invadidas pelo movimento na semana passada. O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, vai intermediar amanhã (8) a retomada do acordo entre o MST e a empresa firmado em 2015. 

"MST deixa área pertencente à empresa Suzano de Papel e Celulosa. Amanhã, recebo representantes do MST e da empresa Suzano de Papel e Celulose para recuperar o acordo firmado em 2015", escreveu o ministro em sua conta no Twitter. Segundo Teixeira, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), o secretário estatual da Casa Civil da Bahia, Afonso Florence, e o deputado estadual baiano Osni Cardiso (PT) ajudaram na mediação.  

A desocupação da fazenda em Mucuri começou por volta das 8h de hoje, após reintegração de posse determinada pela Justiça da Bahia. O MST também deve deixar em breve também a fazenda da Suzano em Teixeira de Freitas. Já sobre a de Caravelas, o movimento informou que ainda não foi notificado sobre a ação judicial de reintegração de posse.

Cobrança

A invasão das terras pelo MST foi motivada pelo descumprimento de acordo firmado entre a Suzano e o movimento, segundo o qual uma parte das terras da empresa seria destinada ao assentamento de cerca de 450 famílias. A Suzano, por sua vez, declarou que não houve descumprimento e que a demora na destinação das terras se deu por atraso por parte do Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária (Incra).

O MST também cobra ações do governo Lula sobre a questão agrária. Segundo a organização, mais de 100 mil famílias pelo Brasil aguardam a regularização das terras nas quais estão assentadas. O MST também pede a definição sobre os superintendentes do Incra nos estados. Os cargos atualmente são ocupados por nomeados do governo Bolsonaro.

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