Violência nas escolas

Lula diz que escolas não podem virar "prisão de segurança máxima"

O presidente Lula ressaltou que murar escolas não resolve definitivamente a questão da violência e apontou que ‘o problema está no processo educacional dentro da própria família’

Ingrid Soares
postado em 18/04/2023 14:16
 (crédito: Ricardo Stuckert/ Presidência da República )
(crédito: Ricardo Stuckert/ Presidência da República )

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (18/4) que a segurança nas escolas do Brasil “ruiu”. O chefe do Executivo defendeu, no entanto, que o ambiente escolar não pode ser transformado em uma “prisão de segurança máxima”. As declarações ocorreram durante reunião com representantes do Judiciário, Legislativo, além de governadores e prefeitos para discussão da violência nas escolas.

“O fato novo é que invadiram um lugar que para nós é tido como um lugar de segurança. Toda mãe quando leva um filho para uma escola, creche, ela tem certeza que o filho está seguro. Isso ruiu porque temos um instrumento avassalador. Não é o celular que é ruim. Ele é ótimo. Agora, as redes, não deveríamos chamar de rede social, mas de digital. E tem a rede digital do bem e do mal e há uma predominância da chamada rede digital do mal”, apontou.

Lula chamou a atenção para o papel educacional dos pais na criação dos filhos. “Sem a participação dos pais a gente não recupera um processo educacional correto nas escolas. Nós vamos transformar nossa escolas em prisão de segurança máxima que não tem solução. Nem tem dinheiro para isso e nem é politicamente correto, humanamente correto, socialmente correto. Se a gente tentar fazer isso, estamos dando a demonstração que nós não servimos para muita coisa porque não sabemos resolver o problema real”.

“A verdade é que uma pessoa de 6, 7, 8, 9 anos repercute na escola o que ele ouve dentro de casa. A gente não vai resolver esse problema só com dinheiro, elevando muro da escola, a gente não vai resolver esse problema colocando detector de metais. Eu fico imaginando as crianças sendo revistadas nas escolas como seria patético para os pais, para o prefeitos, governador, o presidente da República e instituições desse país uma criança de 8 anos ter que mostrar a mochila para ser rastreada”, emendou.

O chefe do Executivo ressaltou que murar escolas também não resolve definitivamente a questão e apontou que ‘o problema está no processo educacional dentro da própria família’. “Essa reunião não é para o governo dizer que tem todo o dinheiro do mundo para toda cidade murar escolas, ‘vamos transformar o Brasil naquele muro que está construído entre Israel e a Faixa de Gaza’, ‘no muro que queriam fazer entre Estados Unido e México’, ou ‘o muro chinês para proteger’. Não vai resolver. O problema está no processo educacional dentro da própria família”, reforçou.

Por fim, aos presentes, disse que “nunca antes na história do país houve uma reunião como essa para discutir um problema tão grave”. “Gravem. Vocês estão participando da reunião mais importante para discutir violência nas escolas que já foi feita nesse país. E ela só foi convocado porque tomei consciência de que eu não tenho a solução definitiva para o caso e eu quero compartilhar a sabedoria de vocês e permitir que a gente construa a solução definitiva para esse caso”, concluiu.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

CONTINUE LENDO SOBRE