O vice-líder do governo no Congresso Nacional, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), disse, nesta quinta-feira (20/4), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se sentiu traído pelo general Gonçalves Dias após o vazamento do vídeo em que o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que pediu demissão na quarta-feira (20/4), aparece dentro do Palácio do Planalto no dia dos atos golpistas de 8 de janeiro.
No conteúdo, o ex-ministro aparece junto a invasores e outros integrantes do GSI, estes indicados pelo general Augusto Heleno, ministro da pasta durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
“Houve uma quebra de confiança [com o general], porque o presidente Lula queria os vídeos, queria ver tudo. E disseram que esse vídeo não existia. Não sei se o problema foi com Gonçalves Dias, ou com outras pessoas do GSI. Tinham muitas pessoas no GSI ligadas ao general Heleno. Acho que no mínimo houve leniência, tinha que ter dado voz de prisão. Mas o presidente se sentiu traído por não ter o vídeo e descobrir o vídeo depois em um órgão de comunicação”, disse Lindbergh.
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O deputado federal ainda citou uma fala de Lula em um café com jornalistas poucos dias após o 8 de janeiro em que o presidente da República diz que “alguém abriu a porta do Palácio”, por conta da facilidade que os golpistas tiveram para entrar no prédio. A fala de Farias confirmou ainda a virada de chave do governo com relação à CPMI
“Eu estou convencido que essa CPMI vai ser um tiro no pé dos bolsonaristas. Todos sabem que foram as bases bolsonaristas que atuaram naquele 8 de Janeiro. Isso eles não podem mudar. Durante a comissão vamos atrás dos financiadores e dos autores intelectuais. O primeiro que vamos chamar vai ser o ex-ministro de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres. Se a gente for lembrar, o presidente Lula disse no primeiro café com jornalistas que abriram a porta do Palácio do Planalto. Vamos achar essa relação com o (Jair) Bolsonaro e achamos que pode ser o Anderson Torres”, disse.
O deputado federal Rogério Correia (PT-MG), vice-líder do governo na Câmara, faz parte do grupo dentro da base que defendeu a instalação de uma CPMI desde o início. O parlamentar diz que entende a posição do governo em atuar contra a instalação para focar nas pautas prioritárias e negou que o governo tenha errado na estratégia, mas disse que a atuação com a bancada bolsonarista precisa ser mais incisiva.
“Não acho que o governo tenha errado, entendo o pensamento de focar as pautas prioritárias, mas conhecendo bolsonarista, eles não têm razoabilidade. Para quem acredita que a Terra é plana, eles são capazes de criar qualquer narrativa mentirosa. Até o mundo mineral sabe quem fez os atos de vandalismo e quem estava por trás do (tentativa) golpe. Isso veio das declarações do Bolsonaro, teve minuta do golpe, os quartéis lotados de golpistas e ainda assim eles querem reverter os fatos”, disse o deputado mineiro.
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