8 de janeiro

Randolfe: governistas vão pedir acesso a investigação e querem convocar Torres para CPMI

O senador Randolfe Rodrigues defendeu que "o governo não só não tem motivo para ter medo de qualquer investigação, como quer essa investigação"

Ingrid Soares
postado em 26/04/2023 13:52 / atualizado em 26/04/2023 13:54
 (crédito: Geraldo Magela/Agência Senado)
(crédito: Geraldo Magela/Agência Senado)

O líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou nesta quarta-feira (26/4) que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres, preso, será um dos convocados para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará os atos golpistas do dia 8 de janeiro.

"Temos etapas. Primeiro, a leitura do requerimento, depois a indicação dos membros e ai vai ter um rol de nomes a serem convocados. Por óbvio, o ministro da Justiça do governo anterior, por exemplo, que inclusive está preso, deve vir a ser inevitavelmente ouvido. Queremos saber a ascendência golpista que chegou ao 8 de janeiro", apontou após reunião com o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha. Torres está preso desde 14 de janeiro e é investigado por omissão em atos golpistas.

Randolfe completou que aliados governistas que serão indicados para a Comissão pedirão ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o compartilhamento das investigações sobre os atos terroristas que depredaram os prédios da Corte, Congresso Nacional e Palácio do Planalto.

"Considero fundamental, e tenho certeza, a CPMI instalada, a direção eleita, uma das primeiras agendas será com o ministro Alexandre de Moraes para pedir o compartilhamento das informações, para saber até onde estão indo as investigações. É indispensável que essa CPMI não tenha investigados. Não vamos tolerar agentes que são objetos de investigação, seja de onde forem, como membro de CPMI", emendou.

"Compreendemos que a CPMI pode dar uma contribuição muito importante para que a gente possa chegar nos financiadores, em agentes políticos que participaram da própria execução e dos mentores dos atos de 8 de janeiro".

Para o parlamentar , continuou.

"Primeiro, é importante nós termos tranquilidade sobre a maioria. A maioria desta CPMI será pró-investigação. E tenho certeza que estamos convocando o melhor dos nossos times. A gente estava hesitando entrar em campo, mas já que estamos sendo chamados para entrar, tenho certeza que os jogadores serão os melhores", concluiu.

O Congresso deve criar formalmente a comissão nesta quarta-feira. Inicialmente, o governo se posicionou contrário à instalação, mas, na última semana, mudou de estratégia. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou ter orientado líderes do governo a apoiar a criação da comissão caso haja a leitura da instalação na próxima semana no Congresso. Segundo ele, o vazamento das imagens criou "uma nova situação política". O ministro acredita que a instalação será uma "pá de cal" na tentativa de parlamentares da oposição de criar o que caracterizou de "teoria terraplanista" de que integrantes do atual governo estariam envolvidos nos atos.

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

CONTINUE LENDO SOBRE