O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca na noite desta quinta-feira (4/5) para o Reino Unido, onde vai acompanhar a cerimônia de coroação do Rei Charles III no próximo sábado (5/4). Sem a expectativa de acordos bilaterais com o país europeu, a delegação brasileira deve ser bem mais enxuta do que nas das viagens anteriores.
Lula se encontrará com o monarca, na tarde de sexta-feira (5), em uma recepção para os chefes de estado presentes à coroação. Pouco antes da recepção, Lula terá um encontro bilateral com o primeiro-ministro inglês, Rishi Sunak, com quem o governo brasileiro espera discutir temas ligados à transição energética e a questão climática.
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A embaixadora Maria Luisa Escorel, que conduziu o briefing sobre a viagem para a imprensa, apontou que a relação entre o Brasil e o Reino Unido é importante e antiga. Segundo a diplomata, o Brasil inclusive tem o apoio do país europeu ao pleito por uma vaga permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
Enquanto Lula busca o apoio dos ingleses ao pleito na ONU, os europeus devem demonstrar que esperam do Brasil uma postura mais alinhada à posição ocidental majoritária quanto ao conflito entre Rússia e Ucrânia. Escorel ponderou que um país como o Reino Unido entende perfeitamente a perspectiva do Brasil sobre esse assunto e isso não causa desconfortos na relação. “O Brasil é independente, tem sua visão de mundo e é respeitado exatamente por isso”, disse.
Em relação a fala de Lula que disse que não se pode falar em desenvolvimento sustentável com uma guerra, Escorel esclareceu que o presidente brasileiro tem pedido por paz. “O presidente Lula traz para a mesa para falar em paz, tem se falado muito de guerra. Que não haja uma terceira guerra mundial na Europa, que nós não nos sintamos ameaçados por armas nucleares. O Brasil precisa de desenvolvimento sustentável, para ser sustentável precisa de paz no mundo inteiro”, disse a embaixadora.
Clima
A embaixadora apontou que assim como Lula, o desenvolvimento sustentável precisa de paz, se não o mundo pode colocar em segundo plano as metas do clima. “Se o mundo está colocando todos os seus recursos, toda a sua atenção, para uma guerra, certamente haverá um bom pretexto para justificar que os 100 bilhões do acordo de Paris ainda não foram depositados”, apontou Escorel.
Para ela, a pauta ambiental, prioridade do governo do Brasil, é uma temática importante na reaproximação do Brasil com o Reino Unido. A embaixadora lembrou que o monarca britânico visitou o país em quatro oportunidades, em 1978, 1991, 2002 e 2009, e em todas as oportunidades visitou a região amazônica.
Agenda
A embaixadora também anunciou que entre os dias 23 e 24 de maio, o chanceler britânico, James Cleverly, deve visitar o Brasil. A última visita do equivalente a um ministro das relações exteriores britânico foi em 2014, quando William Hague esteve no país. Depois dos dois dias na Inglaterra, Lula retorna ao Brasil no próximo domingo (7/5).
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