Itamaraty

"Todo mundo aqui pode falar de tudo, só não pode falar de juros", ironiza Lula

O presidente Lula voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, após a decisão do Copom que manteve a taxa básica de juros da economia em 13,75%

Rafaela Gonçalves
postado em 04/05/2023 12:51 / atualizado em 04/05/2023 13:03
 (crédito: Reprodução/TV Brasil)
(crédito: Reprodução/TV Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) que manteve a taxa básica de juros da economia em 13,75%.

"É muito engraçado esse país, onde todo mundo aqui pode falar de tudo, só não pode falar de juros”, disse nesta quinta-feira (4/5), durante a primeira reunião do novo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), também conhecido como "Conselhão". “Todo mundo tem que ter cuidado. Ninguém fala de juros, como se um homem sozinho pudesse saber mais do que a cabeça de 215 milhões de pessoas”, emendou.

O grupo serve para dar sugestões ao presidente da República e é composto por representantes de vários segmentos da sociedade civil, incluindo economia, educação, inovação, saúde, entre outros. Os conselheiros prestam assessoria direta a Lula em todas as áreas de atuação do governo, e esta é a principal diferença para outros conselhos, focados em uma área específica.

Durante o encontro, empresários que fazem parte do conselho também engrossaram o coro contra os juros. “Acabar com a pobreza e melhorar a qualidade de vida só é possível através do crescimento. Por meio do crescimento que vamos gerar emprego de qualidade, sustentável e fazer com que educação e saúde chegue a todos os brasileiros. Precisamos dos investimentos e vejo que hoje com essa taxa de juros é impossível investir, trabalhar, produzir e ter bens disponíveis à população brasileira”, disse o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade.

Expectativa

O Conselhão foi criado por Lula em 2003, depois extinto por Jair Bolsonaro. O grupo foi recriado neste ano sob promessa de forte presença de mulheres, que compõem cerca de 40% dos integrantes. O colegiado é presidido pelo próprio Lula e tem como secretário-geral o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

“Nenhum governo, por mais competente, responsável e humanista que seja, é capaz de resolver sozinho todos os problemas do país. Estou botando muita expectativa e esperança no mundo que vocês podem criar com as discussões aqui”, declarou o presidente.

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