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Ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles é o relator da CPI do MST

Escolha do ex-ministro do Meio Ambiente para função provoca críticas de deputados. Colegiado da Câmara vai apurar dezenas de ocupações de terras feitas neste ano

Ândrea Malcher
postado em 18/05/2023 03:55
 (crédito: Lula Marques/ Agência Brasil.)
(crédito: Lula Marques/ Agência Brasil.)

A Câmara instalou, ontem, a comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar as invasões feitas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). De janeiro a abril, foram ocupadas mais de 30 propriedades rurais pelo país.

A mobilização para a criação do colegiado foi capitaneada pelos deputados Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), Kim Kataguiri (União-SP) e Ricardo Salles (PL-SP), todos envolvidos com o setor do agro.

Os cargos mais importantes estão nas mãos da oposição: Zucco com a presidência e Salles, com a relatoria.

A escolha do ex-ministro do Meio Ambiente não passou sem críticas. A deputada Sâmia Bomfim (PSol-SP) está entre os que reprovaram. "Ele tem interesse ideológico, político e econômico. A gente sabe que a intenção dessa CPI é tirar foco dos verdadeiros crimes que foram realizados neste país", ressaltou a parlamentar, em meio a vaias.

Salles, por sua vez, destacou que terá atuação técnica e imparcial. "Vamos fazer um ambiente com o máximo de abertura, análise e questões objetivas. Espero que atenda à expectativa de todos", disse. "(Investigar) o que há de informações, de verdade e de fatos por trás de todas as discussões de invasão de propriedade. E, também, a diferenciação disso em relação àqueles que são da agricultura familiar, assentados e que fazem, em alguns casos, trabalhos bons, sim."

O líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR), ressaltou as contribuições do movimento social agrário para o país. "Nosso trabalho vai ser para transformar essa CPI, que tem esse objetivo equivocado, em uma que mostre a verdade. Que mostre a organização, a qualidade, a história do MST e de outros movimentos que possam sofrer qualquer tipo de perseguição", defendeu o deputado. "A lei é clara quando garante o direito à propriedade privada. Nem o MST, nem nossa bancada, nem nosso governo questiona ou discorda disso."

Na comissão, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) estará representada por Marussa Boldrin (MDB-GO), Evair de Melo (PP-ES), Domingos Sávio (PL-MG) e Kim Kataguiri, que também ocupará a 1ª vice-presidência do colegiado.

O PT escalou, por sua vez, um time de peso, com a presidente da sigla, deputada Gleisi Hoffmann (PR), como uma das suplentes, e o reforço de parlamentares que também são militantes do MST e da pauta da agricultura familiar: Padre João (MG), Nilto Tatto (SP), Valmir Assunção (BA), Paulão (AL), Camila Jara (MS), João Daniel (SE) e Marcon (RS).

Ao todo, a CPI do MST terá 27 deputados titulares e igual número de suplentes, com o prazo de 120 dias para conduzir os trabalhos e previsão de encerramento em 28 de setembro.

 


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