Marco fiscal e reforma tributária

Câmara e Senado estão alinhados ao governo, dizem Lira e Pacheco

Os presidentes das duas Casas se reuniram nesta terça-feira (23/5) com representantes do Executivo, como o ministro Fernando Haddad, e com parlamentares, para debater pautas econômicas

Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), declararam, nesta terça-feira (23/5), que ambas as Casas estão alinhadas com o governo na votação do arcabouço fiscal, prevista para amanhã (24), e da reforma tributária. Os parlamentares também reforçaram o posicionamento de que a revisão de pautas já aprovadas pelo Congresso, como o marco do saneamento, deve ocorrer apenas no âmbito do Legislativo, após derrota da base governista na tentativa de mudar a regulamentação.

"Há o reconhecimento de uma realidade reformista do Congresso Nacional. Há uma harmonia entre o Senado e a Câmara nesse momento, e entre o Legislativo e o Executivo", frisou Pacheco em coletiva de imprensa após reunião com parlamentares, autoridades da área econômica e empresários, durante a manhã, na Residência Oficial da Presidência do Senado.

Ed Alves/CB/D.A Press - Presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), reúnem-se com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com os relatores do arcabouço fiscal e da reforma tributária na Câmara, empresários e outras autoridades em 23/5
Ed Alves/CB/D.A Press - Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após reunião com os relatores do arcabouço fiscal e da reforma tributária na Câmara, em 25/5
Ed Alves/CB/D.A Press - Presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), reúnem-se com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com os relatores do arcabouço fiscal e da reforma tributária na Câmara, empresários e outras autoridades em 23/5
Ed Alves/CB/D.A Press - Presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG),ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após reunião com os relatores do arcabouço fiscal e da reforma tributária na Câmara, em 25/5

Também estavam presentes o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o secretário-executivo da Fazenda e indicado a cargo de diretor do Banco Central, Gabriel Galípolo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o relator do arcabouço fiscal, Cláudio Cajado (PP-BA), o relator da reforma tributária, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Segundo Pacheco, houve um consenso entre todos os presentes sobre a necessidade de aprovação dos projetos de forma célere. O senador também se comprometeu a pautar as matérias rapidamente assim que elas forem aprovadas na Câmara dos Deputados. Entre os temas debatidos também estava a redução da taxa de juros que, segundo Pacheco, é uma prioridade para todos os presentes.

Lira ecoou a fala, e classificou a reunião de hoje como um dia "simbólico". "A Câmara e o Senado estarão juntos, trabalhando com o governo federal para que essas matérias possam ter sua aprovação o mais rapidamente possível", frisou o deputado. Ele se reunirá, durante a tarde, com lideranças da Casa Baixa para marcar a votação do arcabouço, prevista para amanhã. Questionado, no entanto, Lira respondeu que ainda não definiu a data.

Recados ao governo

Em sua fala, Pacheco também defendeu a autonomia do Banco Central e reforçou o recado de que o governo federal não terá sucesso em reverter medidas já aprovadas pelo Legislativo, como foi o caso do marco do saneamento. O Executivo tentou, por decreto presidencial, alterar alguns trechos do marco regulatório, e foi derrotado na Câmara.

De acordo com Pacheco, os parlamentares estão alinhados para atuar com "tanto os novos projetos, que são conquistas que virão, e também com a manutenção de uma realidade recente do que o Congresso fez".

Lira, por sua vez, foi mais incisivo. "A revisitação de temas que o Congresso votou há pouco tem que acontecer, quando acontecer, no âmbito do Congresso Nacional", disse o progressista. O presidente da Câmara afirmou ainda que tentativas externas de mudar os projetos aprovados "não terão ecos nas duas Casas".