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Marina diz que permanência no governo é decisão de Lula e falta a churrasco

Diante de especulações sobre a permanência no governo, a ministra Marina Silva faltou a churrasco oferecido pelo presidente Lula ao primeiro escalão do governo

Diante de especulações sobre a permanência no governo, a ministra Marina Silva faltou a churrasco oferecido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao primeiro escalão do governo, na noite de sexta-feira (26/5). A chefe da pasta do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, no entanto, tem ressaltado em entrevistas que quem decidirá seu futuro no Executivo será o próprio presidente. 

"A primeira pessoa que diz quem fica e quem sai é o presidente Lula, que convida", afirmou Marina à CNN Brasil. "A melhor forma de ajudar o governo é estando dentro do governo, para viabilizar as políticas de combate ao desmatamento, desenvolvimento sustentável. Temos 19 ministérios com agenda do clima, bioeconomia", disse.

A ministra trocou um churrasco oferecido por Lula a auxiliares do primeiro escalão por uma confraternização na casa do novo presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Pires. Em entrevista à GloboNews, Marina justificou a ausência afirmando que o convite para a festa na casa de Pires fora feito antes.

"Neste momento estou falando aqui na casa do Mauro Pires, que é novo presidente do ICMBio, que também tinha feito aqui uma confraternização. E essa confraternização já estava combinada com todos os nossos servidores, celebrando que voltou o comitê de busca para escolha do presidente do ICMBio, que foi uma ação feita pelo presidente Lula, garantindo que a gestão das unidades de conservação não ficariam à mercê de indicações políticas", afirmou a ministra.

Relatório aprovado com votos de parlamentares petistas

Os rumores de que Marina poderia sair do governo se deram por causa da aprovação do relatório da comissão mista que avaliou a MP dos Ministérios. Quatro parlamentares petistas votaram a favor do texto, que retira da competência da pasta de Marina a gestão da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Cadastro Ambiental Rural (CAR). O Ministério dos Povos Indígenas, de Sônia Guajajara, perde a demarcação de terras para a pasta da Justiça, de Flávio Dino, caso o relatório seja aprovado em Plenário.

A respeito do Congresso, Marina disse que há "uma situação delicada, em que há uma maioria de parlamentares que gostaria de reeditar a estrutura e as políticas do governo anterior", e reiterou que o governo Lula é "de frente ampla, e a frente ampla tem suas contradições".

Em discurso na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista, Lula minimizou o episódio. "Tem dias que a gente acorda com notícias parecendo que o mundo acabou. Eu fui ver o que estava acontecendo, era a coisa mais normal", disse o presidente a empresários, ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do vice-presidente Geraldo Alckmin, na quinta-feira (25/5). No dia seguinte, encontrou as ministras, Marina e Sônia, no Palácio do Planalto.

Sobre a MP dos Ministérios, Marina diz há esforço para manter a estrutura do governo, conforme definido por Lula. "Uma vez eleito, (o governo) tem o direito de estabelecer as estruturas para fazer sua gestão. Há um esforço muito grande para manter a medida provisória", disse a ministra. "A frente ampla tem suas contradições", afirmou.

A ministra não deu detalhes sobre a conversa que teve com o presidente na sexta-feira, mas reforçou apoio ao petista. Questionada sobre a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP-30, Marina respondeu que o fato de o evento de 2025 ser realizado em Belém do Pará "é uma vitória do presidente Lula".

Com informações da Agência Estado