Congresso Nacional

Sônia Guajajara e deputada do agro batem boca em audiência na CCJ

A ministra perdeu a paciência com uma parlamentar do PL que fazia perguntas e não prestava atenção nas respostas. "Você já me perguntou duas vezes coisas que eu já tinha dito inicialmente"

Durante audiência pública da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (31/5), a deputada Caroline de Toni (PL-SC) e a ministra dos Povos Indígenas (MPI), Sônia Guajajara, bateram boca após a parlamentar fazer uma perguntar e não prestar atenção na resposta da ministra sobre técnicas da ministra sobre as demarcações de terras indígenas (TIs).

A ministra indígena respondia aos questionamentos de Caroline sobre a "necessidade de tantas demarcações de territórios" e se não se tratava de algo "político ideológico". Ao notar que a deputada do PL não prestava atenção, a ministra disparou: “queria que ela prestasse atenção, por favor, para depois não perguntar de novo”.

Caroline se justificou dizendo que estava sendo alertada sobre a sua vez de falar na CPI do Movimento dos Sem Terra (MST). “Você já me perguntou duas vezes coisas que eu já tinha dito inicialmente, então se não prestar atenção eu vou passar a tarde toda aqui você me perguntando a mesma coisa”, repreendeu mais uma vez Guajajara.

“Se for para a senhora me ofender eu também não vou ficar aqui”, respondeu a deputada. “Eu vou perder minha fala lá para ficar escutando a senhora”, complementou. “Claro, você perguntou, tem que ficar para escutar”, retrucou a autoridade. Ela ainda argumentou que falta de educação foi a atitude da parlamentar em não olhar enquanto falava.

Caroline não gostou e reagiu. “Tenho educação e respeitei a senhora. Então, gostaria que a senhora me respeitasse também, porque eu sou tão brasileira quanto a senhora. Gostaria que a senhora me respeitasse também”, disse.

Em fala, Guajajara chegou a pedir para comparar o que tem nas terras indígenas e o que tem nas propriedades particulares, que é o objeto de interesse dos parlamentares. Além de deixar claro que o argumento de que a demarcação é exclusiva do ministério é equivocada.

Caroline Toni foi a responsável pelo requerimento que levou Guajajara até à Casa, que ocorreu um dia após a votação do projeto de lei do Marco Temporal (PL 490/07).

Confira o momento: