O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente do governo de Jair Bolsonaro (PL), desistiu de concorrer à Prefeitura de São Paulo em meio a um embate com o Partido Liberal. O parlamentar afirma que tomou uma “rasteira” ao ver sua legenda apoiar o atual prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), que, segundo, ele nunca demonstrou apoio ao ex-presidente.
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Em entrevista à Jovem Pan, Salles destacou que o PL não está valorizando os políticos que tiveram mais votos na cidade. “Nós fizemos a bancada. Nós demos o fundo partidário que o partido tem. Para pegar tudo isso e apoiar um candidato que é de um partido base do Lula”, disse o deputado.
Na sexta-feira (2/6), Bolsonaro esteve com Ricardo Nunes em uma formatura de oficiais da Polícia Militar de São Paulo. Posteriormente, eles se reuniram para um almoço com empresários que contou com a participação do presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto. O movimento foi alvo de críticas de Salles, que classificou a aproximação como uma “vergonha”.
“Vou explicar: Valdemar, através do dep. Antonio Carlos Rodrigues, ex-ministro da Dilma e atual elo de ligação do PL com o PT, tem uma secretária e duas subprefeituras na administração Nunes, que não apoiou Bolsonaro ano passado. Seu partido MDB tem ministérios e é base do PT no Congresso”, disse Salles.
Guilherme Boulos
Apesar de toda visibilidade que Salles têm como deputado, ex-ministro e, agora, relator da CPI do MST, o parlamentar foi preterido pelo PL na disputa que, provavelmente, será contra Guilherme Boulos (PSOL-SP), o deputado federal mais votado em São Paulo e favorito na corrida para a prefeitura.
Em entrevista para a CNN, Valdemar reconheceu a força do candidato da esquerda. “O que eu penso para São Paulo é que não podemos ter um candidato de extrema-direita, porque Boulos vem forte”, disse.
Valdemar também lembrou que Bolsonaro perdeu as eleições de 2022 na capital. Para comparação, na disputa pelo governo estadual, Fernando Haddad (PT) também venceu Tarcísio de Freitas (Republicanos), na capital. “São Paulo é uma cidade com votos de esquerda. Temos que ter um candidato de centro-direita”, afirmou
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