FUTURO POLÍTICO

Bolsonaro diz ser possível Michelle se candidatar, mas não para presidente

Segundo ele, a falta experiência política a atrapalharia em eventual campanha presidencial. Bolsonaro também afirmou que deve continuar na vida pública, mesmo se o TSE torná-lo inelegível

Correio Braziliense
postado em 27/06/2023 11:00
 (crédito:  Roque de Sá/Agência Senado)
(crédito: Roque de Sá/Agência Senado)

Embora presida o PL Mulher e se mostre como uma liderança feminina, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não deve se candidatar à Presidência da República em 2026, segundo o marido dela, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O principal fator que joga contra a matriarca bolsonarista é a falta de experiência em cargos públicos.

"Se ela quiser, ela pode sair candidata. Mas o que eu converso com a Michelle é que ela não tem experiência. Para ser prefeito de cidade pequena já não é fácil. Lidar com 594 parlamentares [entre deputados e senadores] não é fácil também. Eu acredito que ela não tem experiência para isso," comentou Bolsonaro, em entrevista à colunista Monica Bérgamo, no jornal Folha de S. Paulo.

Sobre possíveis nomes para as próximas eleições, Jair Bolsonaro aprovou um cenário em que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), representasse seu legado. Segundo ele, o dirigente da maior capital do país é um "excelente gestor". Perguntado sobre um possível apoio ao político do Republicanos, Bolsonaro afirmou que "pode ser". "Eu teria de conversar com ele," completou.

Julgamento no TSE 

Na conversa, o ex-presidente foi questionado sobre planos futuros e admitiu a possibilidade de participar da política, caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o torne inelegível. Essa possibilidade pode se concretizar, porque a Corte eleitoral analisa, nesta terça-feira (27/6), uma ação movida pelo PDT, que pede a suspensão dos direitos políticos de Bolsonaro porque, de acordo com a acusação, o ex-chefe do Planalto teria cometido abuso de poder, após promover uma reunião com embaixadores no ano passado, em que criticava, sem provas, a regularidade das urnas eletrônicas. 

"Olha só, eu fico até... Eu estava no CPAC [evento que reúne maiores lideranças da direita do mundo] em março, lá nos EUA. Eram mais de mil pessoas, o Trump estava. Quem ficou na frente inclusive pagou US$ 5.000. Eu não paguei p*** nenhuma [risos]. Falei de improviso. Daí um macho lá gritou: 'Eu te amo'. Na terceira vez que ele gritou, eu falei: 'Eu sou o ex mais amado do Brasil, sabe' [risos]. E está acontecendo a mesma coisa aqui no Brasil. Eu estive agora dois dias em Porto Alegre. É um negócio que eu fico até... sai lágrimas dos meus olhos como o pessoal gosta de mim."

EUA e gestão da pandemia 

Na entrevista, o ex-presidente admitiu ter recebido convites para morar nos Estados Unidos e trabalhar como garoto propaganda de venda de imóveis. Perguntado se aceitaria os chamados e partiria para fora, Bolsonaro disse que existe essa possibilidade. Ele justificou que, nos EUA, há muitos eleitores brasileiros e bolsonaristas.

"Pode ser. Mas eu não quero abandonar meu país. Tenho parentes aqui. Tenho uma filha aqui. Se eu for, vai a família toda embora. Mas mesmo assim. Eu fiquei três meses lá –e não tem terra igual à nossa aqui. Esse clima aqui de, quando está no bolo, fala besteira, conta piada de tudo que posso imaginar. É bacana. Lá você não tem muito isso aí." 

Sobre acusações de que houve erros de gestão na pandemia de covid-19 e de que ele falaria menos com a imprensa, o ex-presidente admitiu que "[falaria] menos, porque tudo é distorcido. Falaria menos para ter menos problema."

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