Congresso Nacional

CPI das ONGs: Natura pagou 70% a mais que valor estipulado pela Conab

Em nota enviada ao Correio, empresa contrariou justificativa de convocação de presidente da da companhia, João Paulo Brotto Goncalves, aprovada nesta terça (11/7)

Ândrea Malcher
postado em 11/07/2023 21:24
 (crédito:  Waldemir Barreto/Agência Senado)
(crédito: Waldemir Barreto/Agência Senado)

A empresa de cosméticos Natura afirmou, em nota enviada ao Correio nesta terça-feira (11/7), que o valor pago à Cooperativa Mista da Flona do Tapajós (Coomflona) no último ano “pelo quilo de matéria-prima foi aproximadamente 70% maior que o preço mínimo estipulado pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab)”, contrariando a justificativa usada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura as ações das ONGs na Amazônia para convocar o presidente da companhia, João Paulo Brotto Goncalves.

“A Natura também investe na capacitação e transferência de tecnologia para que as comunidades possam prosperar e fortalecer seus negócios, independentemente do contrato estabelecido com a empresa”, continua o comunicado.

Segundo a CPI, a cooperativa estaria contratando diversas etnias de povos originários, porém, eles estariam sendo levados para colher as sementes, sob quaisquer condições climáticas e sem horário definido de trabalho. O pagamento aos indígenas contratados seria no valor de uma diária de R$ 3.

O pedido pela oitiva, que ainda não teve a data definida e deve ser marcada após o recesso parlamentar, afirma que a Natura mantém relacionamento comercial com a Coomflona desde 2019 para o fornecimento de amêndoas secas de andiroba. O trabalho de coleta da matéria-prima envolve cerca de 70 famílias e ocorre na área de manejo florestal comunitário da Flona do Tapajós, conforme previsto no Plano de Manejo da Unidade de Conservação, gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

O requerimento é de autoria do presidente do colegiado, o senador Plínio Valério (PSDB-AM).

Confira a nota completa:

A Natura mantém relacionamento comercial com a Cooperativa Mista da Flona do Tapajós (Coomflona) desde 2019 para o fornecimento de amêndoas secas de andiroba. O trabalho de coleta da matéria-prima envolve cerca de 70 famílias e ocorre na área de manejo florestal comunitário da Flona do Tapajós, conforme previsto no Plano de Manejo da Unidade de Conservação, gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Em 2022, o valor pago à Coomflona pelo quilo de matéria-prima foi aproximadamente 70% maior que o preço mínimo estipulado pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab). A Natura também investe na capacitação e transferência de tecnologia para que as comunidades possam prosperar e fortalecer seus negócios, independentemente do contrato estabelecido com a empresa.

O relacionamento da Natura com comunidades fornecedoras é baseado no respeito às pessoas e à natureza, premissas fundamentais de nosso modelo de negócio na Amazônia há mais de 20 anos. Toda a cadeia produtiva da andiroba é certificada pela União para o Biocomércio Ético (UEBT – The Union for Ethical BioTrade), que avalia as medidas de conservação da biodiversidade, boas práticas de produção e o respeito aos direitos humanos, incluindo o compartilhamento justo e equitativo dos benefícios e condições seguras de trabalho para as comunidades de sua cadeia produtiva.

Seguros de nossa atuação ética e transparente com comunidades fornecedoras na Amazônia, prestaremos os esclarecimentos necessários.

 

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