Judiciário

PGR cobra postagens golpistas feitas por Bolsonaro

MPF também quer um procedimento à parte para apurar crimes ligados ao vídeo em que o ex-presidente levantou suspeita sobre as urnas. Portagem foi feita dois dias após o ataque dos bolsonaristas às sedes dos Três Poderes

Correio Braziliense
postado em 18/07/2023 03:55
Ex-presidente Jair Bolsonaro. -  (crédito: Alan Santos/PR)
Ex-presidente Jair Bolsonaro. - (crédito: Alan Santos/PR)

A Procuradoria-Geral da República (PGR) reiterou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o pedido de informações sobre postagens feitas por Jair Bolsonaro, investigado por suposta incitação aos atos golpistas de 8 de janeiro. O Ministério Público Federal (MPF) ainda quer um procedimento à parte para apurar crimes ligados ao vídeo em que o ex-presidente levantou suspeita sobre as urnas, dois dias após o levante antidemocrático, no qual as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas por bolsonaristas.

As indicações constam de manifestação enviada, ontem, pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes. No documento, o coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos lembra que já havia solicitado, em janeiro, que as plataformas de redes sociais encaminhassem dados sobre as contas usadas pelo ex-presidente. À época, o pedido foi deferido por Moraes.

A PGR ainda questionou a ordem do ministro do STF para que fossem ouvidos especialistas em comunicação política de movimentos extremistas e monitorados grupos de apoiadores de Bolsonaro. Tais ações foram citadas por subprocuradores que instaram a PGR a investigar o ex-presidente por suposto estímulo aos atos golpistas. No centro do pedido, está um vídeo publicado por ele, em 10 de janeiro, com ataques às urnas.

Vídeo

No parecer enviado ao Supremo, Carlos Frederico Santos ressalta que a PGR não encampou tais sugestões. O subprocurador sustentou que não há "razão para a designação de especialista para análise da repercussão do vídeo" no centro das suspeitas.

Segundo o sub-procurador-geral, a gravação foi veiculada a atos da intentona golpista: "Não poderia incitar a prática dos crimes contra o Estado Democrático de Direito deflagrados anteriormente à publicação".

De outro lado, Carlos Frederico Santos alega que a gravação pode configurar, isoladamente, a prática de outros crimes pelo ex-presidente, sem prejuízo do prosseguimento das investigações para "apurar eventuais condutas que configurem incitação ou participação nos atos antidemocráticos".

 

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