governo

Lula dá posse a ministro do Turismo para atender partido do Centrão

Parlamentares do União Brasil destacam que nomeação de Celso Sabino para o ministério "ajuda a ajudar" o governo no Congresso

Victor Correia
postado em 04/08/2023 03:55
Sabino:
Sabino: "Temos a convicção de que o setor de turismo pode alavancar a economia do nosso país" - (crédito: Roberto Castro/Mtur)

O ministro do Turismo, Celso Sabino, prometeu investimentos no setor e disse que pretende aumentar a participação no Produto Interno Bruto (PIB), gerando riquezas "da ordem de um pré-sal".

Sabino tomou posse no cargo, nesta quinta-feira, em cerimônia no Palácio do Planalto. Ele ocupava o posto desde 17 de julho, mas a solenidade oficial foi adiada por conta do recesso parlamentar.

O titular do Turismo também sinalizou para um forte diálogo com o Legislativo e com os governos estaduais e municipais. O ministro aproveitou para assinar um decreto que define a retomada do Conselho Nacional de Turismo, cuja primeira reunião está marcada para o dia 19.

A cerimônia contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva; de ministros de Estado; do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); e de parlamentares.

O novo ministro foi indicado ao cargo pelo União Brasil — partido do Centrão —, já que a então ocupante da pasta, Daniela Carneiro, estava em litígio com a legenda para se desfiliar.

Com o objetivo de pressionar o governo a trocar os ministros, o União sinalizou que poderia reduzir o número de votos a favor de pautas estratégicas do Executivo. A sigla, mesmo com três ministérios, estava menos alinhada à gestão Lula do que partidos como o PP e o Republicanos, que não compõem a base.

Ante a pressão, Lula fechou acordo pela saída de Daniela, que foi uma importante aliada do petista no Rio de Janeiro durante a eleição, junto com o marido, o prefeito de Belford Roxo, Waguinho Carneiro.

Na avaliação de parlamentares do União, a posse de Sabino "ajuda a ajudar" o governo no Congresso.

O líder da bancada na Câmara, Elmar Nascimento (União-BA), em conversa com jornalistas no Planalto, frisou que a presença de Sabino em um ministério favorece o governo, mas não prometeu adesão total.

"Eu falo sobre a bancada. Nela, temos as dificuldades de ter uma parte bem majoritária que tem acompanhado o governo, mas também temos que respeitar aqueles que têm diferenças regionais e ideológicas. O governo sabe disso desde o início, dessas dificuldades", comentou.

O presidente nacional da legenda, deputado Luciano Bivar (União-PE), fez coro com Nascimento. "Essa posse do Celso Sabino é muito emblemática, com a junção, com o apoio do União Brasil ao governo. Isso não significa que, dogmaticamente, (a sigla) esteja com o governo", enfatizou.

Ministeriáveis

O Executivo também estuda uma reforma ministerial mais ampla para acomodar o Republicanos e o PP, ambos do Centrão. Dois dos mais cotados para a Esplanada estiveram presentes na posse de Sabino: André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). À imprensa, ambos disseram aguardar a decisão de Lula.

No discurso, Sabino destacou que trabalhará para bater o recorde de turistas estrangeiros para muito além dos 6,3 milhões, de 2022 e, por consequência, multiplicar os empregos. Citou como exemplo as iniciativas de aumentar a conectividade das empresas aéreas, baratear passagens e investir em campanhas digitais e qualificação de mão de obra. 

 

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores.