Justiça

PF pede ao Supremo quebra de sigilo fiscal e bancário de Bolsonaro

Mensagens, documentos e imagens obtidas pela PF apontam esquema para venda de jóias e objetos de valor recebidos pelo ex-presidente

Renato Souza
postado em 11/08/2023 20:37 / atualizado em 11/08/2023 20:39
Bolsonaro é suspeito de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro e descaminho de presentes de alto valor. -  (crédito:  DOUGLAS MAGNO/AFP)
Bolsonaro é suspeito de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro e descaminho de presentes de alto valor. - (crédito: DOUGLAS MAGNO/AFP)

A Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra de sigilo fiscal e bancário do ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com fontes consultadas pelo Correio, a solicitação foi encaminhada nesta sexta-feira (11) ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes.

Bolsonaro é suspeito de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro e descaminho de presentes de alto valor recebidos pela Presidência da República quando ele estava no cargo de chefe do Executivo. O caso é investigado pela PF na operação Lucas: 12.2.

Bolsonaro é citado em conversas envolvendo Mauro Cid, ex-ajudante de ordens dele. O ex-presidente seria o destino de pelo menos U$ 25 mil obtidos com a venda dos presentes. Ao todo, o esquema pode ter movimentado mais de R$ 1 milhão.

Em uma das provas obtidas durante a investigação, oo general do Exército Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro Mauro Barbosa Cid, aparece refletido em uma imagem tirada para negociar a venda de esculturas recebidas pelo ex-presidente.

De acordo com a PF, o militar Mauro Lorena tirou uma foto da caixa com esculturas recebidas para enviar a uma joalheria e avaliar o preço que poderia cobrar. A corporação investiga crimes de lavagem de dinheiro e descaminho. Pois os presentes recebidos por Bolsonaro, inclusive um relógio Rolex de alto valor, teriam sido vendidos e os recursos incorporados ao patrimônio pessoal dos acusados.

As negociações para venda dos objetos teria começado ainda em janeiro deste ano, poucos dias depois de Bolsonaro chegar nos Estados Unidos - para onde foi após perder as eleições.

As mensagens também demonstram medo dos envolvidos de que o Tribunal de Contas da União (TCU) determinasse a devolução dos objetos. A partir dai, começou uma operação para reaver o que tinha sido vendido.

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