ENERGIA

Causa de apagão segue desconhecida e ministro pede investigação da PF

Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, informou que foi detectado problema no sistema da Chesf, subsidiária da Eletrobras no Ceará, mas que evento não explica o apagão quase nacional

"Esse evento isoladamente não causaria interrupção tão grave", destacou o ministro de Minas e Energia - (crédito: Joédson Alves/Agência Brasil)
Ingrid Soares
postado em 16/08/2023 21:45

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou, na noite desta quarta-feira (16/8), ser "extremamente necessário", "mais do que nunca", a Polícia Federal apurar as razões que levaram ao apagão ocorrido na maior parte do Brasil no último dia 15. Ele apontou ainda que o Operador Nacional do Sistema (ONS) ainda não encontrou as causas das falhas técnicas.

"Eu gostaria de compreender diferente, mas, mais do que nunca, eu acho que é extremamente necessária a participação muito ativa da Polícia Federal nesse caso, já que a ONS não teve como apontar uma falha técnica que pudesse causar um evento com a dimensão que teve a paralisação da energia no país. Doutor Andrei [Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal] esteve comigo agora", alegou.

A declaração ocorreu após a reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) em conjunto com representantes do ONS e outros do setor elétrico. O ministro informou que foi detectado um problema no sistema da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), uma subsidiária da Eletrobras no Ceará, na linha de transmissão Quixadá/Fortaleza II, mas que o evento por si só não seria capaz de causar o apagão quase nacional. "Esse evento isoladamente não causaria interrupção tão grave", destacou.

À imprensa, Luiz Carlos Ciocchi, diretor-geral do ONS, que também esteve na reunião, apontou que "nenhuma hipótese é descartada". "ONS é órgão técnico, o RAP [relatório] é uma sequência de reuniões que são realizadas entre o ONS e agentes envolvidos. Faz análise técnica. Fator humano é fator analisado do ponto de vista técnico. Pode ter havido falha humana? Pode, mas hoje não podemos afirmar", disse.

"O propósito era identificar o evento zero a partir de onde essa propagação se originou. Diferentemente de outros eventos que já ocorreram, não tivemos raio, queda de torre, de linha ou qualquer evento relacionado à investigação", continuou. "Esse vai ser desafio do relatório: identificar por que o evento que não deveria ocasionar toda essa queda aconteceu", concluiu.

Ontem, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, atribuiu o apagão que atingiu 25 estados e o Distrito Federal, afetando 29 milhões de brasileiros, nesta terça-feira (15/8), a um "erro técnico". Segundo ele, a falha não foi por um excesso de demanda, nem por falta de abastecimento de energia elétrica.

O governo não descarta a possibilidade de erro ou dolo humano e pediu à Polícia Federal e à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para participarem da apuração do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

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