IMPEACHMENT

Cunha responde Lula sobre "pedaladas" de Dilma: "aconteceram sim"

Comentário do ex-presidente da Câmara tem como cenário o arquivamento, no TRF-1, do processo de pedaladas fiscais contra a ex-presidente Dilma

Eduardo Cunha presidiu a Câmara em 2016, durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff -  (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Eduardo Cunha presidiu a Câmara em 2016, durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff - (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Francisco Artur
postado em 28/08/2023 11:08

O ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ) usou as redes sociais, neste domingo (27/8), para defender que houve sim as chamadas "pedaladas ficais" durante o governo de Dilma Rousseff (PT). Segundo ele, no entanto, não foi esse o motivo que levou ao impeachment da ex-presidente e sim pela edição de decretos de execução orçamentária sem autorização do Congresso Nacional. Cunha era presidente da Câmara dos Deputados em 2016, quando Dilma foi impeachmada. 

"As pedaladas fiscais aconteceram sim, foram condenadas pelo TCU, talvez tenham sido a principal causa do estelionato eleitoral, que foi a vitória na reeleição de Dilma, mas elas em nada tiveram a ver com o processo de impeachment. Não deixem de ler o livro “Tchau, querida”", disse o político, neste domingo (27/8), em sua conta em uma rede social.

Cunha se manifestou após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dizer que é preciso uma reparação à Dilma pois ela "foi julgada por uma coisa que não aconteceu". Após a fala, Cunha questionou ironicamente se Lula irá revogar os decretos de execução orçamentária. "Na verdade o impeachment de Dilma se deu pela edição de decretos de execução orçamentária sem autorização do Congresso Nacional. Será que Lula vai conseguir revogar esses decretos ? E se o fizer tem efeito retroativo um decreto que já teve a consequência efetivada?", disse. 

Pedaladas questionadas

O comentário do ex-presidente da Câmara tem como cenário a manutenção do arquivamento do processo que acusa Dilma Rousseff de improbidade administrativa por causa das pedaladas fiscais. Essa decisão foi tomada na segunda-feira (21/8), pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

Essas acusações, arquivadas pelo tribunal, serviram como base jurídica para a execução do impeachment, em 2016. A decisão do TRF também beneficia o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, o ex-presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine, o ex-secretário do Tesouro Arno Augustin e o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho.

Lula defende "reparação" a Dilma

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também comentou a decisão do TRF-1. Ele afirmou, em viagem a Angola, se preciso iniciar uma discussão sobre como reparar a ex-presidente Dilma, porque segundo ele, ela "foi julgada por uma coisa que não aconteceu".

"A Justiça Federal em Brasília absolveu a companheira Dilma da acusação da pedalada, a Dilma foi absolvida, e eu agora vou discutir como que a gente vai fazer. Não dá para reparar os direitos políticos, porque se ela quiser voltar para ser presidente, eu quero terminar o meu mandato", brincou Lula. 

Atualmente, Dilma preside o  Banco do Brics.

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