reforma tributária

Caiado critica reforma tributária: "Não aceito receber mesada!"

Governador de Goiás disse que não precisa de "mesada", ao defender a autonomia dos estados na administração dos recursos da arrecadação tributária

Em discurso, à tribuna, governador de Goiás, Ronaldo Caiado. -  (crédito: Roque de Sá/Agência Senado)
Em discurso, à tribuna, governador de Goiás, Ronaldo Caiado. - (crédito: Roque de Sá/Agência Senado)
Correio Braziliense
postado em 29/08/2023 15:21

Por Edla Lula — O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, usou a tribuna do Senado, nesta terça-feira (29/8), para tecer duras críticas à proposta da reforma tributária, em discussão na Casa. Em sessão temática para tratar do tema, ele chamou de “achismo” as simulações apresentadas pelo governo para chegar à previsão da alíquota padrão do Imposto sobre Valor Agregado (Iva), que poderia chegar a 27%.

Ele também rejeitou a ideia da criação do conselho federativo para gerir o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), ao apontar que haverá perda de autonomia dos governos estaduais. “Não é possível que eu, como governador do estado, amanhã, venha a receber uma mesada de um Conselho Federativo”, disse o governo em referência ao fato de o conselho ter o poder de gerir os recursos arrecadados com os novos impostos.

“Respeitem aqueles que realmente têm votos: Vereador, Prefeito, Governador, Deputado, Senador e Presidente da República”, subiu o tom. “Eu não aceito ser ordenador de despesa. Eu não aceito receber mesada! Eu não aceito que me cassem o direito, que é pacto federativo, de que eu tenho autonomia sobre a minha arrecadação.

Caiado também apontou que o novo sistema proposto beneficia o setor da indústria e colocou em dúvida a reforma por ter sido “patrocinada” pelo Centro de Cidadania Fiscal, “constituído pelas maiores empresas do país e patrocinado pelas maiores empresas do país”.

A sessão temática para tratar da reforma tributária foi requerida pelo senador Jorge karjuru (PSB-GO), que representa, no Senado, o estado governado por Caiado. Ao abrir os debates, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ressaltou que, “ainda que haja uma previsão de votação do texto para o início de outubro, nossa prioridade é fazer uma discussão ampla e profunda. Nada será feito de modo açodado”.

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