DECLARAÇÃO

Lula recua e diz que quem decide sobre prisão de Putin é a Justiça

Há um mandado de prisão internacional contra o presidente russo. Se Lula não determinar a prisão estaria descumprindo um acordo internacional

Presidente Lula participou da reunião da cúpula do G20, em Nova Délhi, na Índia, e comentou sobre a ausência de Putin  -  (crédito:  Ricardo Stuckert / PR)
Presidente Lula participou da reunião da cúpula do G20, em Nova Délhi, na Índia, e comentou sobre a ausência de Putin - (crédito: Ricardo Stuckert / PR)
Correio Braziliense
postado em 11/09/2023 09:59

Após afirmar que o presidente russo Vladimir Putin não seria preso se viesse ao Brasil para a reunião do G20, o chefe do Executivo brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recuou e disse que quem decide sobre a prisão "é a Justiça e não o governo". A declaração foi dada em entrevista, nesta segunda-feira (11/9), após encontro das vinte maiores economias do mundo em Nova Délhi, na Índia. Putin é alvo de mandado de prisão internacional emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), que o acusa de crimes de guerra.

O presidente russo é acusado pela deportação de crianças de partes da Ucrânia, ocupadas pela Rússia. "Os crimes teriam sido cometidos em território ucraniano ocupado pelo menos desde 24 de fevereiro de 2022. Há motivos razoáveis para acreditar que Putin seja pessoalmente responsável pelos crimes", ressalta o TPI.

Por ser signatário do acordo que criou o tribunal, o Brasil deve cumprir o mandado caso o presidente russo venha ao país. Se Lula não determinar a prisão, o presidente estaria descumprindo um acordo internacional.

Lula também afirmou que espera que, no momento da reunião de cúpula do G20, em novembro de 2024, no Rio de Janeiro, a guerra na Ucrânia já tenha terminado. Questionado sobre a ausência de Putin e do presidente chinês, Xi Jinping, no encontro da capital indiana, o petista disse que os dois serão convidados e espera que eles compareçam. 

"Estou trabalhando para que, quando o G20 for realizado no Brasil, a guerra tenha acabado, que o povo ucraniano tenha voltado para casa, que a reconstrução tenha começado, que a produção de alimentos tenha retornado ao normal. Isso é o que desejo", destacou. Segundo ele, o grupo das vinte maiores economias do mundo deve ser mais "participativo e democrático".

Com informações da Agence France-Presse*

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