Foz do Amazonas

No Senado, Marina destaca decisão técnica do Ibama contra Petrobras

Ministra pontuou, na Comissão de Infraestrutura do Senado, que parecer foi assinado por 10 técnicos. "O presidente do Ibama seguiu o parecer dos técnicos porque, em um governo republicano, é isso que se faz", disse

Marina no Senado:
Marina no Senado: "Não foi a primeira vez que essa licença foi negada. Também em 2018, no governo do presidente Temer, foi negada, ainda que não para a Petrobras" - (crédito: Geraldo Magela/Agência Senado)
Ândrea Malcher
postado em 12/09/2023 17:32 / atualizado em 12/09/2023 17:45

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, voltou a afirmar, nesta terça-feira (12/9), que as decisões acerca de licenciamentos ambientais tomadas pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) são técnicas. Ela ressaltou que a decisão negativa ao pedido da Petrobras para exploração de gás e petróleo na costa do Amapá foi embasada em inconsistências no estudo de impacto ambiental feito pela estatal.

“O presidente do Ibama seguiu o parecer dos técnicos porque, em um governo republicano, é isso que se faz. Como acontecia antes? Os técnicos diziam uma coisa, o presidente do Ibama e o ministro diziam outra. Foi o que aconteceu nos últimos quatro anos. Mas não foi a primeira vez que essa licença foi negada. Também em 2018, no governo do presidente (Michel) Temer, foi negada, ainda que não para a Petrobras”, argumentou a ministra na Comissão de Infraestrutura do Senado.

A ministra estava acompanhada do secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco, e do presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, e destacou que o parecer foi assinado por 10 técnicos e que a negativa atende a requisitos socioambientais, além de outros pontos identificados no processo.

Uma das questões apontadas por Marina envolve a identificação da incidência de uma considerável quantidade de voos sobre comunidades indígenas e uma alternativa considerada insuficiente apresentada pela Petrobras.

"Assepsia da política"

O senador Lucas Barreto (PSD-AP), autor do convite à ministra, argumentou que o “Amapá é o estado mais rico do planeta por causa da Renca (Reserva Nacional de Cobre e Associados) e do petróleo e é o mais preservado do mundo” e, ainda assim, 54% da população estão abaixo da linha da pobreza e 72% ganham menos que dois salários mínimos.

“Somos o estado mais preservado e 97% das nossas florestas primárias estão de pé. Não queremos derrubar uma folha, mas queremos a prospecção do petróleo”, disse o parlamentar.

Marina seguiu defendendo as decisões técnicas, afirmando que “não se faz assepsia da política”, mas foi decidido que mais de 90% dos postos — mesmo em funções gratificadas do Ministério do Meio Ambiente — são destinados a servidores de carreira, “porque precisamos da expertise das pessoas”. “A blindagem (contra interferência política) já existe em função da técnica e da ética e do resultado político em função da sociedade.”

“Queremos que as coisas tenham celeridade, sem perda de qualidade. Também trabalhamos com a acuidade, que às vezes gera incompreensões. (...) Somos cobrados para que tenhamos velocidade, mas a Constituição diz que temos que ter acuidade”, frisou a ministra.

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