Marco fiscal

Pacheco diz que não zerar déficit "colocaria o país em rota perigosa"

Presidente do Senado reagiu, nesta segunda-feira (30/10), a Lula que afirmou que "dificilmente chegaremos à meta zero", medida prevista no marco fiscal

"Devemos seguir a orientação e as diretrizes do ministro da Fazenda (Fernando Haddad), a quem está confiada a importante missão de estabelecer a política econômica do Brasil", pontuou o presidente do Senado - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
postado em 30/10/2023 20:17

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), garantiu, nesta segunda-feira (30/10), que o Congresso pretende buscar o equilíbrio das contas públicas e não cumprir esta meta "colocaria o país em rota perigosa". O posicionamento é uma resposta à fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), da última sexta (27), sobre o não cumprimento da meta de zerar o déficit nas contas públicas, previsto no marco fiscal.

"Devemos seguir a orientação e as diretrizes do ministro da Fazenda (Fernando Haddad), a quem está confiada a importante missão de estabelecer a política econômica do Brasil", afirmou Pacheco em nota. "Ir na contramão disso colocaria o país em rota perigosa. O parlamento tem essa compreensão e buscará contribuir com as aprovações necessárias, com as boas iniciativas, e perseguindo o cumprimento da meta estabelecida".

Haddad vem articulando diversas medidas junto ao Congresso, como no caso do projeto de lei de taxação de offshores e fundos exclusivos, para aumentar a arrecadação de 2024 e dar conta do rombo nas contas públicas, que demanda pelo menos R$ 168 bilhões a mais no Orçamento. Lula, durante um café da manhã com a imprensa na sexta passada, tomou outra rota.

"Eu sei da disposição do Haddad, sei da vontade do Haddad, sei da minha disposição. Já dizer para vocês que nós dificilmente chegaremos à meta zero", declarou o presidente. "Eu não quero fazer cortes de investimentos de obras. Se o Brasil tiver um déficit de 0,5%, o que que é? De 0,25%. o que é? Nada. Absolutamente nada. Vamos tomar a decisão correta e vamos fazer aquilo que vai ser melhor para o Brasil".

O ministro, no entanto, manteve a intenção de cumprir a meta e negou que haja descompasso com Lula. "Não há, da parte do presidente, nenhum descompromisso, muito pelo contrário. Se ele não estivesse preocupado com a situação fiscal, não estaria pedindo apoio da área econômica para orientação das lideranças do Congresso".

"A minha meta está estabelecida. Vou buscar o equilíbrio fiscal de todas as formas justas e necessárias para que tenhamos um país melhor", completou Haddad.

Mais cedo, após a reunião entre Lula e Haddad, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também tentou apagar o incêndio. "Quem quiser fazer especulação financeira de que não tem sintonia entre a política econômica do governo, que é liderada pelo presidente Lula e conduzida pelo ministro Fernando Haddad, vai perder dinheiro de novo".

"Quem quiser fazer especulação política, como fizeram no primeiro semestre, vai ser derrotado politicamente. Tem uma profunda sintonia, porque é uma política econômica liderada pelo presidente Lula, que é a principal marca da combinação da responsabilidade sócio-ambiental com a responsabilidade fiscal, como já foi nos primeiros dois governos do presidente Lula", comentou Padilha.

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