SEGURANÇA PÚBLICA

Nova operação da PF prende 03 de milícia no Rio de Janeiro

Quadrilha de Rio das Pedras, na Zona Oeste carioca, já havia sofrido duro golpe com as detenções do chefe e do segundo na organização criminosa. Quase paralelamente, metralhadoras furtadas do Exército são encontradas

Mais duas metralhadoras furtadas do Arsenal do Exército foram recuperadas no Rio. Um fuzil foi apreendido -  (crédito: Polícia Civil/RJ/Divulgação)
Mais duas metralhadoras furtadas do Arsenal do Exército foram recuperadas no Rio. Um fuzil foi apreendido - (crédito: Polícia Civil/RJ/Divulgação)
postado em 02/11/2023 03:55 / atualizado em 02/11/2023 06:36

A Polícia Federal (PF) prendeu, ontem, Laerte Silva de Lima, considerado o terceiro na linha de comando da milícia que atua em Rio das Pedras, na Zona Oeste carioca. Outras quatro pessoas foram detidas na operação que foi um prosseguimento daquela que, na terça-feira, chegou ao ex-sargento da Polícia Militar fluminense Dalmir Pereira Barbosa — considerado o chefe do bando — e seu filho dele, Taillon Alcântara Pereira Barbosa, que seria o segundo na hierarquia do grupo criminoso.

Taillon seria o miliciano confundido com o médico Perseu Ribeiro, assassinado com outros dois em um quiosque na Barra da Tijuca, em 5 de outubro. Foram mortos com 19 tiros — entre os quais estava o irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSol-SP) — e um deles sobreviveu. O grupo tinha saído de São Paulo para um congresso de ortopedia, no Rio de Janeiro.

O superintendente regional da PF, Leandro Almada, afirmou que mesmo após solto, Taillon continuou na atividade criminosa. "A região territorial deles é o Rio das Pedras. É uma investigação nova. Taillon permaneceu naquela organização criminosa. Ele foi solto por progressão do regime, continuou exercendo a atividade criminosa e, por conta disso, a investigação da PF teve prosseguimento", explicou.

A PF, porém, acredita ter dado um golpe capaz de desarticular o grupo que atua em Rio das Pedras. Além dos agentes federais, o Ministério Público participou da ação por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A Operação Embryo foi deflagrada para cumprir 13 mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão.

Nas diligências, foram apreendidos nove veículos de luxo (três deles blindados), três embarcações em Angra dos Reis (RJ), um imóvel de luxo avaliado em R$ 2 milhões, além de R$ 31 mil em espécie. Ao todo, 80 policiais saíram às ruas para cumprir os mandados expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada do TJRJ.

O promotor Fábio Correa destacou que as investigações apontam para o elevado poder financeiro dos investigados. "Isso (as apreensões) mostra o grande poder financeiro da liderança, fruto dos ilegalismos que praticam: monopólio de água, gás. Inclusive, substituindo as concessionárias de água e gás, com base no poder intimidatório. Essa investigação é uma resposta a indivíduos que, mesmo em prisão domiciliar, exercem um papel importante nessa milícia", observou.

Metralhadoras

Quase simultaneamente, uma operação conjunta de policiais civis do Rio e de militares do Exército levou ao encontro de mais duas metralhadoras calibre .50 furtadas do Arsenal de Guerra de São Paulo, em Barueri. Um fuzil FAL calibre 7,62 mm também foi apreendido na ação e sua origem está sendo investigada. As armas estavam em um carro estacionado na Avenida Lúcio Costa, na Praia da Reserva, também na Zona Oeste carioca.

O veículo pertenceria a Jesse Marques Fidelix, apontado pelos investigadores como sendo o intermediário entre os responsáveis pelo desvio das metralhadoras e a venda das armas para traficantes de drogas do Comando Vermelho. Com o encontro de mais duas metralhadoras, já são 19 as armas recuperadas — 11 Browning calibre .50 e 8 MAG de calibre 7,62 mm. Faltam apenas duas metralhadoras calibre .50 a serem encontradas.

A suspeita dos militares é de que todas essas armas tenham sido negociadas com integrantes do CV e do Primeiro Comando da Capital (PCC). (Com Agência Estado)

 

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