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Continua a angústia dos brasileiros à espera de resgate em Gaza

Além do medo, o grupo, que está próximo à fronteira de Rafah, sofre com a falta de água potável e de comida

Rabee postou foto a poucos metros da passagem de Gaza com o Egito -  (crédito: Reprodução)
Rabee postou foto a poucos metros da passagem de Gaza com o Egito - (crédito: Reprodução)
postado em 11/11/2023 03:55

Os brasileiros que estão na Faixa de Gaza e aguardam ser resgatados sofrem com a falta de água potável e comida. O grupo é formado por 24 cidadãos do país e 10 palestinos que são naturalizados ou vão iniciar o processo de nacionalização. Eles estão próximos da fronteira de Rafah, aguardando autorização para deixar o território palestino, mas uma série de decisões do governo de Israel tem impedido a operação de retirada.

Nesta sexta-feira, a saída da Faixa de Gaza foi novamente frustrada, desta vez, quando o grupo estava a poucos metros de entrar no Egito. Diplomatas da Embaixada do Brasil no Cairo aguardavam do lado egípcio, onde o transporte seria feito até uma aeronave da Força Aérea Brasileira que está na região há semanas. O brasileiro Hasan Rabee publicou uma foto, nas redes sociais, em frente ao posto de contenção que divide a passagem dos dois países.

Autoridades israelenses alegam que duas pessoas foram presas ao tentarem atravessar a divisa em uma ambulância. As suspeitas, de acordo com o governo de Israel, é de que seriam integrantes do Hamas. Não existe nova previsão para a saída de brasileiros. Mais da metade dos cidadãos do país que aguardam repatriação é de crianças.

Hasan também publicou, horas antes de ser impedido de fazer a travessia, um vídeo se despedindo da sua mãe e de dois irmãos que não foram autorizados a sair. Ele afirmou que os parentes ficam em Gaza sem estrutura para se manter, mas que estão na expectativa de serem incluídos em nova lista — de acordo com ele, é uma das promessas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Fósforo branco

Além dele, faz parte do grupo a jovem Shahed Al-Banna, de 18 anos, que ganhou evidência ao divulgar vídeos quando ainda estava no norte de Gaza. Ela publicava o som de bombas explodindo próximo a uma escola em que estava abrigada com outras pessoas e pedia para não morrer.

O governo brasileiro informou a Israel e ao Hamas que os cidadãos do país estavam na unidade de ensino, para que o local não fosse bombardeado. No entanto, tiveram que sair, após autoridades de Israel determinar que todos deveriam seguir para a parte sul. Nesta semana, Shahed afirmou que está sentindo cheiro de fósforo branco, material químico que pode levar à morte rapidamente se entrar em contato com a pele.

O fósforo branco tem cheiro parecido com o do alho. Mesmo na parte sul de Gaza, onde estão os brasileiros, as bombas caem a todo momento.

O Brasil prepara uma segunda lista, composta especialmente por parentes dos que aguardam repatriação neste momento. 

 

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