COMANDO VERMELHO

Lula defende Dino e diz que ataques são retaliação pelo combate ao crime

Para Lula, Dino já provou que não se encontrou com Luciane e que os ataques são uma retaliação frente ao trabalho do ministro contra diversas ações criminosas

Lula quebrou o silêncio e defendeu Dino sobre acusações de ligação com o Comando Vermelho -  (crédito: Ricardo Stuckert/Divulgação PT)
Lula quebrou o silêncio e defendeu Dino sobre acusações de ligação com o Comando Vermelho - (crédito: Ricardo Stuckert/Divulgação PT)
postado em 15/11/2023 09:59 / atualizado em 15/11/2023 10:00

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) partiu em defesa do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, em relação às críticas e ataques massivos recebidos pelo político após vir à tona a presença de Luciane Barbosa, esposa de um líder do Comando Vermelho, em reuniões da pasta.

Para Lula, Dino já provou que não se encontrou com Luciane e que os ataques são uma retaliação frente ao trabalho do ministro contra diversas ações criminosas. Luciane é casada com Clemilson dos Santos Farias, vulgo Tio Patinhas, chefe da facção criminosa no Amazonas.

“Minha solidariedade ao ministro Flávio Dino, que vem sendo alvo de absurdos ataques artificialmente plantados. Ele já disse e reiterou que jamais se encontrou com esposa de líder de facção criminosa. Não há uma foto sequer, mas há vários dias insistem na disparatada mentira”, pontuou o presidente nas redes sociais.

O petista cita ações de Dino pela “defesa da democracia; o combate ao armamentismo selvagem; o enfrentamento ao crime organizado, ao tráfico e às milícias; e a proteção da Amazônia“ e diz que as medidas “despertam muitos adversários, que não se conformam com a perda de dinheiro e dos espaços para suas atuações criminosas”.

“Daí nascem as fake news difundidas numa clara ação coordenada. Nós reiteramos: não haverá recuos diante de criminosos e seus aliados, estejam onde estiverem, sejam eles quem forem”, disse Lula.

Entenda o caso

O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo. Para o subprocurador, o fato macula a reputação do ministério responsável pelo combate ao crime no país e "abala a confiança da sociedade brasileira em importantes instituições que promovem a segurança pública e a justiça no país".

Em 19 de março, Luciane esteve com Elias Vaz, secretário Nacional de Assuntos Legislativos de Flávio Dino e ex-deputado federal. Em 2 de maio, ela se encontrou com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). Esses encontros foram registrados por ela nas redes sociais, nas quais justificou que levava ao governo "denúncias de revistas vexatórias" no sistema prisional amazonense.

Vaz, em entrevista ao Correio, assumiu toda a responsabilidade pela presença de Luciane no ministério. Ele admitiu o erro e disse que não fez checagem prévia. Contou, ainda, ter sido repreendido por seu superior, Flávio Dino.

"O ministro está muito contrariado com tudo isso. Lógico que me chamou a atenção", frisou Vaz. Ele falou em mudar o comportamento, de agora em diante, e que fará um "filtro" quando for receber convidados para audiência em sua sala.

Nem será mais preciso. Com o episódio, o secretário-executivo da pasta, Ricardo Cappelli, baixou portaria que restringe o acesso e a circulação de pessoas nas dependências do Palácio da Justiça, sede da pasta. A partir de agora, só será autorizada a presença da pessoa que, 48 horas antes da data prevista da audiência ou reunião, comunique formalmente por e-mail nomes de todos os participantes e acompanhantes, com inserção dos respectivos CPFs.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação
-->