Guerra

Lula conversa com presidente de Israel, que pede ajuda para reféns do Hamas

O presidente Lula também voltou a defender a criação de dois Estados, "com Israel e Palestina vivendo lado a lado, com fronteiras seguras e mutuamente aceitas" e tratou ainda da repatriação de brasileiros da Faixa de Gaza

No telefonema, Lula agradeceu o apoio israelense para a repatriação de 32 cidadãos brasileiros da Faixa de Gaza e informou que está em preparação uma nova lista -  (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
No telefonema, Lula agradeceu o apoio israelense para a repatriação de 32 cidadãos brasileiros da Faixa de Gaza e informou que está em preparação uma nova lista - (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
postado em 16/11/2023 20:59

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone nesta quinta-feira (16/11) com o presidente de Israel, Isaac Herzog. Segundo o Palácio do Planalto, Herzog falou da preocupação com os reféns sequestrados pelo Hamas, entre eles diversos latino-americanos, e pediu que o petista reforçasse o apelo pela libertação dos mesmos, em articulação com outros países da América Latina. O telefonema durou cerca de 40 minutos.

Além de se comprometer com o pedido, o presidente Lula recordou que já fez apelos pela libertação de todos os reféns em contatos mantidos com vários líderes do Oriente Médio (Irã, Emirados Árabes, Turquia, Catar, Egito, Autoridade Palestina), além de França, Rússia e Índia e informou ter realizado videoconferência com familiares israelenses dos reféns.

"Lula ainda agradeceu o apoio israelense para a repatriação de 32 cidadãos brasileiros da Faixa de Gaza e informou que está em preparação uma nova lista de brasileiros e seus parentes palestinos. Manifestou certeza de que continuará a contar com o apoio do governo de Israel nesse sentido. Ouviu do presidente Herzog que serão feitos todos os esforços para que esses cidadãos possam sair de Gaza com a devida rapidez", diz um trecho da nota.

O presidente reafirmou a tradição pacifica do Brasil, onde judeus e árabes sempre conviveram em paz. Reafirmou repúdio a atos de antissemitismo e reiterou o empenho do governo brasileiro para coibir essas manifestações.

O líder brasileiro também voltou a defender a criação de dois Estados, "com Israel e Palestina vivendo lado a lado, com fronteiras seguras e mutuamente aceitas".

"Recordou, a respeito, gestões do Brasil para a reforma das instâncias multilaterais de governança, que seja mais eficiente para a prevenção e resolução de conflitos como o que se prolonga no Oriente Médio. Lula manifestou grande preocupação com a gravíssima crise humanitária em Gaza e consternação com a perda de vidas, em particular de crianças", finalizou a nota.

Mais cedo, Lula lamentou a morte de três civis portugueses em bombardeio no sul da Faixa de Gaza. O chefe do Executivo cobrou que as repatriações na região sejam realizadas "o mais breve possível".

Críticas a Israel

Lula tem subido o tom em relação a Israel e afirmado que as ações do país na Faixa de Gaza são tão graves quanto o terrorismo do Hamas e que "estão matando inocentes sem critério nenhum. Joga bomba onde tem criança, onde tem hospital, a pretexto de que um terrorista está lá. Não tem explicação", disse no último dia 13. 

As críticas de Lula a Israel foram mal recebidas por entidades da comunidade judaica. A Confederação Israelita do Brasil (Conib) classificou-as como "equivocada e perigosa". Já o escritório brasileiro da ONG israelense StandWithUs chamou de "graves e inverídicas" as declarações.

No dia seguinte, reiterou que não considera correta "a resposta de Israel ao ataque terrorista do Hamas". "O ataque a crianças e mulheres inocentes se assemelha ao terrorismo. Se eu sei que está cheio de criança em um lugar, pode ter um monstro lá dentro, não se pode matar as crianças para matar o monstro", disse.

Poucas horas depois de recepcionar os 32 repatriados na Base Aérea de Brasília, o petista voltou a equiparar a violência israelense ao terrorismo, defendeu a solução de dois Estados e disse perceber que o objetivo da ação militar é "ocupar a Faixa de Gaza e expulsar os palestinos de lá".

 

 

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